22 nov, 2018 - 15:13
O Presidente angolano, João Lourenço, anunciou esta quinta-feira que o Presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, vai visitar Angola no próximo ano, "em data a acertar pelas diplomacias".
"Vamos assinar 12 instrumentos de cooperação, apenas 12 porque não pretendemos esgotá-los enquanto o Presidente Marcelo não visitar Luanda", disse João Lourenço durante a sua intervenção no Palácio de Belém, no início da sua visita de Estado de três dias a Portugal.
"Estamos a dar oportunidade de, durante a sua visita a Angola no próximo ano, em data que as diplomacias vão acordar, podermos também assinar instrumentos de cooperação que venham consolidar os nossos laços de amizade e cooperação económica", acrescentou João Lourenço.
O Presidente angolano convidou também os empresários portugueses a investirem no país para aproveitar o "grande potencial" que Angola tem noutras áreas que não o petróleo, dizendo "contar sinceramente com o contributo" dos empresários lusos.
"Angola vive uma nova fase com importantes reformas que vêm sendo feitas em diversos domínios e com interesse em diversificar a sua economia", disse.
"Ao falar da diversificação da economia, não podemos de forma nenhuma deixar de contar com a intervenção de Portugal; dos empresários portugueses, gostaríamos de vê-los em força em Angola, investindo nos mais diferentes domínios da nossa economia e não apenas naquela que constitui a principal fonte de receitas de Angola, que mais contribui para o PIB, que é o petróleo", disse o chefe de Estado.
João Lourenço admitiu que gostaria de "esquecer que o petróleo existe" - Angola é o segundo maior produtor de petróleo em África - e defendeu que a economia deve apostar noutros setores da economia
"E para isso Angola tem grande potencial, em outras áreas que estão adormecidas e para levantar do estado de letargia em que se encontra, contamos sinceramente com o contributo dos homens de negócio portugueses", disse.
Marcelo condecora João Lourenço
Nesta visita ao Palácio de Belém, Marcelo Rebelo de Sousa condecorou João Lourenço, considerando que a sua visita de Estado a Portugal inicia um "novo e promissor ciclo" nas relações bilaterais.
Lourenço foi agraciado com o Grande-Colar Ordem do Infante D. Henrique.
"A visita de vossa excelência, senhor Presidente João Lourenço, a Portugal encerra um intervalo longo demais nas visitas recíprocas dos dois chefes de Estado e, ao mesmo tempo, inicia um novo e promissor ciclo", afirmou o chefe de Estado português.
No seu entender, "este novo ciclo tem três dimensões", a presidência de João Lourenço, as relações entre os dois povos e os dois Estados, destinados "cada vez mais destinados a agir com fecunda cumplicidade", uma vez "ultrapassadas recriminações, suspeições, incompreensões, umas muito antigas, outras mais recentes".
Agora, há que "fazer menos por ideologias, preconceitos, lastros do passado, e mais, muito mais, por um sensato realismo de sonharem com melhor futuro", defendeu o Presidente português.
Em relação à presidência de João Lourenço, Marcelo Rebelo de Sousa disse que é marcada por "desejo de mudança, renovação geracional, revisão de métodos, equilíbrio financeiro, diversificação e crescimento económico, afirmação do Estado de direito, combate à corrupção, projeção de futuro como potência regional no mundo".