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​Sindicato denuncia notas fraudulentas em escolas da Grande Lisboa e da Beira Interior

27 jul, 2018 - 13:07

Diretores de agrupamentos dizem não ter conhecimento de situações irregulares e garantem que é comum um aluno ter, no terceiro período, a mesma nota que teve no segundo.

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O Sindicato de Todos os Professores (STOP) identificou cerca de dez casos em que notas do segundo período foram usadas na pauta final, tendo anunciado esta sexta-feira que vai avançar com processo contra a tutela e os diretores dos agrupamentos de escolas.

“Esta avaliação é uma fraude, porque se desrespeitou totalmente o trabalho realizado por muitos alunos ao longo do terceiro período”, declarou à Renascença o dirigente do sindicato, André Pestana.

O sindicalista diz que foram identificadas situações em escolas da grande Lisboa e da Beira Interior mas sublinha que o STOP ainda está “a receber mais dados”, assumindo que o que já foi apurado “provavelmente é a ponta do icebergue”.

André Pestana apela a que os professores denunciem essas situações, apesar do que diz ser um "clima de intimidação" nas escolas, com os docentes com "medo de represálias". O sindicalista defende também que "os pais devem impugnar e reclamar, porque os seus educandos estão a ser prejudicados com esta tutela".

Também ouvido pela Renascença, o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas, Filinto Lima, garantiu que “não tem conhecimento de nenhuma alegada fraude”.

“As reuniões que decorreram a partir desta segunda-feira decorreram de uma forma regular, estiveram sempre ou quase sempre mais de um terço dos professores - que era o mínimo exigido - a atribuir as notas respetivas”, detalha, lembrando que muitas vezes acontece um aluno no terceiro período ter a mesma nota que teve no segundo.

Filinto Lima considera ainda que as acusações não são concretas. “É muito vago dizer que foi em Lisboa ou na Beira Interior, isso é quase nada”, remata.

Desde o início de junho que os docentes estão em greve depois das negociações falhadas com o Governo. Os professores exigem a contagem integral do tempo de serviço que viram congelado, num total de nove anos, quatro meses e dois dias de trabalho, uma reivindicação a que o Executivo, dizem as tutelas da Educação e das Finanças, não pode atender.

Esta semana, o Ministério da Educação enviou orientações às escolas para que concluíssem as avaliações até quinta-feira, indicando que os diretores só poderiam autorizar as férias aos professores que entregassem todas as notas dos seus respetivos alunos.

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