09 nov, 2018 - 10:29
A GNR deteve 31 pessoas durante a operação “Shadow Game”, de combate ao jogo ilícito através de plataformas online e jogos de fortuna ou azar.
Na operação estiveram empenhados cerca de mil militares, que realizaram 267 buscas domiciliárias e não domiciliárias em Portugal e oito no Luxemburgo. Sete das detenções foram em flagrante delito, indica a GNR em comunicado enviado esta sexta-feira.
Foram ainda constituídas arguidas 14 sociedades comerciais e 93 pessoas singulares de nacionalidades portuguesa, brasileira, luxemburguesa e suíça.
Como resultado da operação foram também recuperados 600 mil euros em numerário, três mil dispositivos informáticos utilizados para a exploração do jogo, apostas e lotarias ilícitas, 86 veículos de gama média e alta e 22 armas de fogo.
Os ativos detidos pelos suspeitos, em território nacional e no Luxemburgo, foram avaliados em cerca de seis milhões de euros.
Esta rede agora desmantelada operava em sete países em simultâneo: Portugal, Bélgica, Brasil, França, Luxemburgo, Moçambique e Suíça.
O grupo explorava e expandia, de forma ilícita, domínios sediados em servidores identificados e software para o desenvolvimento de jogos de fortuna e azar, lotarias e apostas desportivas, com base na disponibilização de hardware a uma extensa teia de operadores locais e exploradores de estabelecimentos de restauração e bebidas.
Conseguiram gerar assim uma receita estimada de 80 milhões de euros, sobre a qual se defraudou o pagamento dos tributos devidos em cada um dos referidos países.
Dada a dimensão transnacional dos ilícitos, a operação “Shadow Game” contou com a cooperação policial, o patrocínio e o apoio operacional da EUROPOL e, no âmbito da coordenação da cooperação judiciária, a intervenção do EUROJUST.
Os detidos começaram a ser presentes a tribunal na quarta-feira, dia 7, em Setúbal, e estão indiciados pela prática dos ilícitos criminais de exploração ilícita de jogo de fortuna ou azar, exploração ilícita de jogos e apostas online, apostas desportivas à cota de base territorial, associação criminosa, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.
Nenhum dos suspeitos ficou preso depois do interrogatório. Saíram com a medida de coação menos gravosa, ou seja, com termo de identidade e residência.