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Crianças portuguesas enviam material escolar para a República Centro-Africana

01 nov, 2018 - 16:59 • Olímpia Mairos

São mais de 50 caixas repletas de material escolar que os militares portugueses vão entregar diretamente ao Complexo Escolar Bernard Menthon.

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O apelo partiu do coronel João Godinho, que foi comandante do Regimento de Infantaria 19 (RI19), em Chaves, e que está em missão na República Centro-Africana. E o Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins, em Chaves, mobilizou-se para ajudar.

O Complexo Escolar Bernard Menthon, com 1005 alunos dos 3 aos 18 anos, e onde 200 são órfãos, apresenta graves carências, principalmente em termos de infraestruturas (salas de aula, casas de banho, não há refeitório nem biblioteca) e precisa de material escolar.

Na resposta, o Agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins mobilizou-se para uma recolha de lápis, borrachas, cadernos, canetas, mochilas ou estojos, material que vai ser enviado, através do Exército, para ajudar as crianças daquele país africano.

Ao todo, seguem mais de 50 caixas repletas de material escolar, no valor de mais de 5 mil euros, que os militares portugueses vão entregar diretamente ao Complexo Escolar Bernard Menthon, na República Centro-Africana.

O diretor do Agrupamento de Escolas Doutor Júlio Martins, Joaquim Tomaz, refere à Renascença que toda a comunidade escolar “se envolveu e empenhou” na iniciativa, desde alunos da pré-primária ao secundário, professores, funcionários e pais.

“Foi uma festa e espero que aquilo que foi angariado sirva efetivamente para ajudar a que haja melhores condições na educação em África”, realça.

“Foi só passar a palavra e no dia seguinte houve logo retorno, chegou logo imenso material escolar”, conta a professora Lígia Teixeira, coordenadora do Centro Escolar de Chaves.

O professor Joaquim Tomaz manifesta-se surpreendido com a “generosidade” de todos e destaca a importância de “incutir nas crianças, desde pequenos, os valores da solidariedade, do respeito e da partilha” e lembra que o projeto educativo do agrupamento tem por lema “uma escola solidária de todos e para todos”.

Simão, um menino do 4º ano, esteve com alguns colegas a entregar o material que foi recolhido no centro escolar e explica que tudo “é para ajudar os meninos de Africa, porque eles não têm as coisas que nós temos e nós podemos partilhar um bocado das nossas coisas para eles se sentirem felizes”.

A iniciativa teve como objetivo “promover a cooperação e entreajuda entre povos de culturas diferentes, incrementando o espírito de solidariedade nos alunos, relativamente aos seus colegas em países com graves dificuldades de segurança e bem-estar, como é a situação da República Centro-Africana”.

O material angariado foi recolhido por um grupo de militares do RI19. O capelão, padre António Dias, aproveitou a oportunidade para agradecer a generosidade de quantos colaboraram na iniciativa e explicou às crianças que a sua ajuda é muito importante para colmatar algumas das muitas carências das crianças africanas.

“Esta campanha foi excecional, vós sois tão solidários, tão amigos de meninos que nem conheceis e para quem uma simples folha de papel em branco é tão importante”, afirma o sacerdote, assegurando que “nem um lápis se vai perder”, porque “os militares recolhem, levam o material ao avião e vão entregar diretamente à escola”.

A esta campanha de solidariedade juntaram-se outras escolas Chaves, Vila Pouca de Aguiar e Barcelos, empresas de Chaves e o Centro Social e Paroquial de Vilar de Perdizes.

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