A+ / A-

Inspector-geral do Trabalho demitido por divulgar dados de funcionária

09 jan, 2018 - 08:02

Pedro Pimenta Braz está impedido de assumir cargos dirigentes no Estado durante três anos.

A+ / A-

O inspector-geral do Trabalho foi demitido pelo Governo. A decisão resulta de um processo disciplinar a que Pedro Pimenta Braz respondia por ter divulgado os dados pessoais de uma funcionária da Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT).

A informação é confirmada pelo Governo aos jornais “Público” e “Jornal de Notícias”.

Pedro Pimenta Braz fica agora impedido de assumir cargos dirigentes no Estado por três anos.

As sanções têm efeito a partir desta terça-feira.

O processo disciplinar foi aberto em Setembro de 2017, relativo a um episódio que se passou no Verão de 2016, altura em que uma inspectora da ACT apresentou um pedido de mobilidade interna para uma unidade local mais próxima da residência.

A funcionária alegou motivos de saúde e familiares, detalhados com pormenor ao longo de todo o processo.

O pedido foi recusado por Pedro Pimenta Braz, com o argumento de que tem de haver um número mínimo de trabalhadores nos serviços desconcentrados para que a ACT possa cumprir “de forma digna e eficaz a sua missão”, considerando que estava em causa a prossecução do interesse público.

Segundo o jornal “Público, a inspectora expôs o caso ao Provedor de Justiça – que lhe deu razão – e interpôs um recurso hierárquico junto do secretário de Estado do Emprego, Miguel Cabrita, solicitando a revogação da decisão do inspector-geral, o que também acabou por acontecer num despacho de Junho de 2017, que ordenou a transferência da inspectora para o local pretendido.

Diz o jornal que foi a partir daqui que se desencadearam os factos que levaram à abertura de um processo disciplinar. Ao tomar conhecimento do despacho, Pedro Pimenta Braz mandou-o divulgar aos subinspectores-gerais e a todos os dirigentes da ACT, juntamente com o processo de recurso hierárquico, com a indicação de que deveriam “dar conhecimento de todo este processo a todos os colegas das suas respectivas unidades orgânicas”.

No documento que chegou ao mail de todos os funcionários da ACT, a trabalhadora em causa foi identificada e foi dado a conhecer com detalhe o seu estado de saúde e situação pessoal.

A Inspecção-Geral do Ministério do Trabalho, Solidariedade e da Segurança Social tomou entretanto conta do caso, recomendando a abertura de um processo disciplinar.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Renato Bastos
    10 jan, 2018 Ponta Delgada 20:06
    Se virem que se passa ns Autoridade Tributária então iam todos despedidos deste do Diretor ao continuo
  • Mario
    09 jan, 2018 Portugal 12:51
    mais um filho das cunhas que se acha dono do mundo.....
  • Vigia Coelhos
    09 jan, 2018 Lisboa 11:10
    Pôs-se o labrego en su sitio!
  • bruno do carvalho
    09 jan, 2018 queluz 10:31
    esta a seguir as pegadas do benfica esse inspector so que um e punido o outro ninguem lhe toca
  • António
    09 jan, 2018 Lisboa 09:43
    "Já não há pachorra! Mais parece um país de atrasados mentais com tendências sádicas cujo gozo primordial é achincalhar e rebaixar o próximo, seja a que nível social for..." Caro Zé, parabéns pelo comentário. É mesmo isto que está a acontecer e não é de agora....quando temos um país feito de gente pobre dá nisto. Atenção que o pobre não é relativo a dinheiro mas sim à pobreza de espírito, falta de princípios e valores!!!
  • Roberto
    09 jan, 2018 W.W.W. 09:33
    Excelente! Os senhores feudais deste tipo pensam que são "os donos disto tudo", mas foi demonstrado que são iguais a todas as pessoas. Este teve uma lição merecida!
  • Valdemar Rodrigues
    09 jan, 2018 Sintra 09:24
    Parabéns à funcionária. Mas não devia haver tamb em um "inspetor" geral da colaboração, visto "traballho" ser outra coisa, por sinal cada vez mais escassa?
  • Maria Tuga
    09 jan, 2018 Lisboa 09:20
    Finalmente uma noticia em que se sabe que a justiça funcionou!!
  • Carlos Alves
    09 jan, 2018 Setúbal 09:06
    Lembro-me do que aconteceu e por isso não me admiro deste senhor ter sido demitido do cargo que ocupava, contudo, os três anos em que se vê impedido de exercer cargos dirigentes na função pública não sei se não será pouco. Digamos que imperou a justiça e o bom senso.
  • como é possivel
    09 jan, 2018 port 09:06
    Um gajo destes chegar a inspector geral?...do trabalho!

Destaques V+