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Chefe de Estado Maior do Exército apresenta demissão

17 out, 2018 - 16:17

O general Rovisco Duarte invoca "razões pessoais". Sai uma semana depois de Azeredo Lopes ter abandonado a pasta da Defesa, na sequência da polémica em torno do furto de armas em Tancos.

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O Chefe de Estado Maior do Exército apresentou esta quarta-feira a demissão, apurou a Renascença. O general Rovisco Duarte invoca "razões pessoais", adianta a Presidência da República.

O general Rovisco Duarte, de 59 anos, sai uma semana depois de Azeredo Lopes ter abandonado a pasta da Defesa, na sequência da polémica em torno do furto de armas em Tancos e da alegada operação de encobrimento sobre o aparecimento do material militar.

A Presidência da República anuncia, em comunicado, que "recebeu hoje uma carta do General Francisco José Rovisco Duarte, que, invocando razões pessoais, pede a resignação do cargo do Chefe de Estado-Maior do Exército".

"A carta foi transmitida ao Governo, a quem compete, nos termos constitucionais e da Lei orgânica das Forças Armadas, propor ao Presidente da República a exoneração de chefias militares, ouvido o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas", refere a nota de Belém.

Ministro da Defesa inicia processo de substituição

O ministério da Defesa Nacional aceitou o pedido de demissão do chefe do Estado Maior do Exército e anunciou que iniciou o processo de substituição.

Em comunicado, o gabinete do ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, afirmou que o general Rovisco Duarte "pediu, por motivos pessoais" a exoneração do cargo.

Na sequência deste pedido, "foram iniciados os procedimentos adequados com vista à nomeação de um novo Chefe do Estado-Maior do Exército", como prevê a Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas.

O mandato do Chefe de Estado Maior do Exército, iniciado em 15 de abril de 2016, fica marcado pelo assalto à base de Tancos, pelas mortes no curso de Comandos e pela polémica em torno do Colégio Militar.

Sobre o encobrimento ao aparecimento das armas de Tancos, o general Rovisco Duarte desmentiu, a 2 de outubro, ter conhecimento prévio do caso.

"Estou tranquilo e sereno. Não tenho nada a ver com o assunto, é a única coisa que posso dizer nesta fase", disse aos jornalistas.

Quando o material foi recuperado, em outubro do ano passado, Rovisco Duarte deu uma conferência de imprensa onde revelou que apareceu uma caixa de petardos a mais na relação do material furtado nos paióis de Tancos recuperado pela Polícia Judiciária Militar.

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  • Rute
    17 out, 2018 lisboa 17:26
    Chefe estado maior ponham um civil radical .É preciso ser militar?Como os ministérios sao por vezes ocupados por alegadamente metafóricamente OVNIS tb aqui poderia resultar.A instituição militar vem desde D Afonso Henriques e sempre foi a responsavel pelas alterações de regime,esperemos que não haja um surto de gripe agora ou mais mais tarde. Os regimes passaram a instituição ainda permanece.
  • 17 out, 2018 17:13
    No início da década dos anos 70, aprendi ( EMBORA OBRIGADO ) em Vendas Novas EPA, que um MILITAR assume sempre as suas RESPONSABILIDADES. Nesse sentido, dizer " POR MOTIVOS PESSOAIS " é FUGIR ás suas responsabilidades. Se fossem verificados os PRINCÍPIOS que norteiam um MILITAR, neste caso a DEMISSÃO transformar-se-ia em DESPROMOÇÃO. Assim ! ! !.

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