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CDS avança para comissão de inquérito a Tancos. Quem e o que falhou?

03 out, 2018 - 09:37 • Paula Caeiro Varela

O partido diz que o assalto aos paióis foi o maior do século a armamento militar e quer provocar uma reflexão sobre o funcionamento do Ministério da Defesa.

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O CDS apresenta esta quarta-feira, formalmente, a proposta para a constituição da comissão parlamentar de inquérito a Tancos – um caso tão grave quanto preocupante, na opinião dos centristas.

Primeiro, sublinha o partido na sua proposta, o Governo tentou primeiro desvalorizar o incidente, depois alegou desconhecê-lo e por fim tentou dar por encerrado sem retirar as devidas consequências.

Se é às autoridades judiciais que cabe descobrir quem participou no furto das armas, os centristas consideram que é ao Parlamento que compete apurar quem falhou nas medidas de segurança, porque falharam e como foi gerido todo o processo.

Na exposição de motivos, o CDS estranha as garantias dadas pelo primeiro-ministro, o ministro da Defesa e o Chefe do Estado Maior do Exército, de que todas as armas tinham sido recuperadas, num processo sob segredo de Justiça.

E aponta as negações, omissões e contradições dos factos da parte do Governo, desde logo quando o ministro da Defesa admite – como fez ainda recentemente no Parlamento – que, "no limite, pode não ter havido furto nenhum".

A intenção do partido, explicam os deputados, é que a comissão de inquérito que propõem sirva para apurar tudo sobre o caso de Tancos e permita ainda uma reflexão e avaliação sobre o funcionamento do Ministério da Defesa, bem como as formas de articulação entre as Forças Armadas e as várias forças e serviços de segurança e órgãos de polícia criminal, com tutelas dispersas por vários ministérios.

Na opinião do CDS, o assalto a armamento militar nos paióis de Tancos foi o maior deste século no continente europeu.

A proposta para a criação de uma comissão de inquérito tem como objetivo "identificar e avaliar os factos, atos e omissões do XXI governo constitucional relacionados direta ou indiretamente com o furto de armas em Tancos", lê-se.

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