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Relatório europeu recomenda que Portugal mude "narrativa" dos livros de História

02 out, 2018 - 11:54

Manuais deviam incluir a "discriminação e a violência cometidas contra os povos indígenas nas ex-colónias", diz relatório de comissão da UE.

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A Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância (ECRI) exorta as autoridades portuguesas a repensar o ensino da história em Portugal, “em particular, a história das ex-colónias”.

É uma das recomendações do relatório da ECRI sobre Portugal, publicado esta terça-feira no site do Conselho da Europa.

Segundo o relatório, “este ensino deveria englobar o papel que Portugal desempenhou no desenvolvimento e, mais tarde, na abolição da escravatura, assim como a discriminação e a violência cometidas contra os povos indígenas nas ex-colónias. A narrativa da ‘descoberta do novo mundo’ deve ser colocada em questão e a história e contributo dos afrodescendentes, assim como dos ciganos, para a sociedade portuguesa devem ser tratados”.

“As autoridades deveriam ainda melhorar os manuais escolares seguindo estas linhas de orientação e prosseguir e reforçar as medidas para sensibilizar a sociedade no seu todo para o racismo”, pode ler-se no relatório.

A comissão pede que as autoridades portuguesas reforcem e tornem obrigatória a educação para os direitos humanos e a igualdade.

O relatório aponta ainda outros pontos a melhorar em Portugal para alcançar uma sociedade mais justa, acusando PSP e IGAI de tolerância ao racismo.

Comissão preocupada com "despejos forçados ilegais" e taxa de escolarização de migrantes

No relatório, a ECRI recomenda que as autoridades portuguesas aumentem ainda mais a taxa de escolarização das crianças com origem na migração no ensino pré-escolar e reforcem as medidas para as apoiar na escola, especialmente em estabelecimentos com elevado número de alunos com origem na migração. No que diz respeito às comunidades ciganas, a comissão recomenda que “as autoridades assegurem que todas as crianças cumpram rigorosamente a escolaridade obrigatória até aos 18 anos de idade”.

A comissão diz-se ainda “profundamente preocupada” com a informação recebida da sociedade civil relativamente aos “despejos forçados sem pré-aviso, nomeadamente na Amadora, sem qualquer possibilidade de procurar vias de recurso judicial e sem que as autoridades tenham proposto às pessoas despejadas o realojamento numa habitação condigna”.

A ECRI recomenda às autoridades portuguesas que assegurem que não haja casos de despejos forçados ilegais e que todas as pessoas em risco de despejo forçado de suas casas beneficiem do conjunto de garantias previstas nos instrumentos nacionais e internacionais na matéria. A comissão pede ainda que seja agilizada a “execução dos planos para realojar pessoas com origem na migração que ainda vivem em bairros degradados ou em habitações sem condições mínimas”.

Comentários
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  • Mario
    05 out, 2018 Lisboa 17:58
    E se a Europa se fosse meter para o que lhe diz respeito.
  • Antionu
    05 out, 2018 Santarém 10:22
    Estas intromissãoes criam eurocépticos Foi ONU responsável todos massacres direto a151?1061?Tb vai recomendar entrega aos índios os EUA Brasil e Austrália aos arborigenes
  • José da Maia
    04 out, 2018 16:23
    Alguém me pode informar COM RIGOR o que é isso de ECRI ? Cheira a coisa tipo Observatório de…. Quer dizer: ZERO
  • Manuel Figueiredo
    03 out, 2018 Póvoa de Varzim 11:03
    Inaceitável! A reacção do Governo Português tem de ser forte e sem tibiezas.
  • Marco
    02 out, 2018 Lisboa 23:37
    Quando afinal os afrodescendentes e os ciganos e todas as outras minorias, foram os grandes impulsionadores cientistas, navegadores, engenheiros, matematicos, etc da era dos descobrimentos, e nenhum portugues sabia. É inacreditavel como hoje em dia os europeus já não podem ter uma cultura e identidade própria em cada nação. Vêm estes invertebrados com uma agenda propria, impigir uma nova história mais politicamente correcta. Não importa se é mentira, o passado não pode é ofender. Tenham vergonha.
  • Amora Bruegas
    02 out, 2018 Fig. da Foz 23:28
    Claro que sim... nomeadamente a escravatura que os negros praticavam entre si e com os árabes há milhares de anos..., ou não sabem onde os egípcios foram buscar mão-de-obra barata para construção das pirâmides? E quem incitou os europeus a colaborarem com a escravatura que eles faziam, quem ofereceu escravos aos europeus? Os africanos! A ECRI, é a uma das faces marxista/estalinista da União soviética Europeia, que estão implementado o Plano Kalergi!
  • Sasuke Costa
    02 out, 2018 22:09
    É natural, muitos se portem mal, se forem brancos é mau, se o não forem são vítimas, mesmo no país mais pacífica, como Portugal . Alguma recomendação para condições de trabalho dadas às forças de segurança? Deixe lá, não é importante, somos e fomos maus compreendido!
  • Joana
    02 out, 2018 Lisboa 17:14
    Aí está como se manipulam as cabecinhas dos meninos!!!!! Depois do lobby gay ter introduzido nos livros a sua retórica, chegou a vez do Soros mandar reescrever a história. Claro que por cá terá os seus defensores!!!!
  • Francisco Mello
    02 out, 2018 Carcavelos 15:03
    A União Europeia devia preocupar-se com a história actual. Devia acabar, por exemplo, com o aborto. Não será isso uma violência e discriminação? Em vez de pensar que é modelo, devia olhar para si mesma, no que se tornou. E lembro que DEUS é que há-de julgar todas as coisas e não a mentira.
  • Francisco Mello
    02 out, 2018 Carcavelos 14:20
    É a União Europeia ou a Ignorância que recomenda dizer para ensinar mentiras nos livros de história. Estamos no ensino para ensinar mentiras, baseado em acepções e outros modos de ver diferentes dos actuais? Está Europa está doente e nem tem consciência que defende mentiras, como tudo que ofende DEUS é mentira.

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