14 set, 2018 - 19:31 • Joana Gonçalves
O climatólogo norte-americano Barry Keim explicou à Renascença o que esperar dos furacões Florence e Helene e deixa ainda um conselho aos portugueses.
O Florence já chegou à Carolina do Norte, na costa Leste dos Estados Unidos e o Helene prepara-se para atingir os Açores, no sábado, já como tempestade tropical. Por esse motivo as ilhas do Corvo e das Flores vão estar em aviso vermelho durante este fim de semana.
“Só o facto de existir uma tempestade no meio do Oceano Atlântico a uma distância tão próxima de Portugal e de Espanha vai com certeza aumentar a parada”, diz Barry Keim à Renascença.
“Pode afetar correntes fortes e tornar as praias mais perigosas. É muito provável que a combinação destas duas tempestades traga algum impacto a Portugal. Eu aconselharia as vossas autoridades a pensarem bem no assunto e a prepararem-se para qualquer eventualidade. Estas não são tempestades normais e vocês precisam de estar preparados.”
Se por cá as autoridades devem preparar-se para o que aí vem, na Carolina do Norte os estragos já se fazem notar, mas, segundo conta Barry Keim, o pior ainda está para vir.
“Já temos casas e ruas inundadas e provavelmente haverá mais. Esta tempestade vai ficar por aqui nos próximos dias, no sudeste, Carolina do Norte e, provavelmente, depois vai tomar o rumo através do nordeste dos Estados Unidos e sempre a fazer cair chuva. A tempestade vai ser um problema nos próximos dias, mas o mais preocupante será nos próximos dois ou três dias ao longo da zona costeira das duas Carolinas.”
De acordo com o climatólogo norte-americano, a lenta passagem do furacão Florence trará, sobretudo, chuvas muito intensas.
“O problema é que o Florence não está a movimentar-se muito depressa. Estacionou sobre uma determinada zona que está a fustigar constantemente, mais precisamente na zona mais a sudoeste do estado da Carolina do Norte. E potencialmente é capaz de produzir 30 a 40 a 40 centímetros de água por metro quadrado e isso pode criar todo o tipo de problemas, acima e abaixo da zona costeira, por cima da Carolina do Norte e dos Sul e costa leste dos Estados Unidos.”
Apesar de ter sido reduzido a catagoria 1, o furacão Florence já deixou centenas de habitações alagadas e sem eletricidade.