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Marcelo só recebe professores no fim das negociações com o Governo

04 ago, 2018 - 00:20

Sindicatos da educação "não compreendem a indisponibilidade" do ​Presidente da República.

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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, mostra-se disponível para receber o sindicato dos professores, mas só depois das negociações com o Governo, ao qual não pretende substituir-se.

À margem da visita ao XXV Acampamento Nacional da Associação dos Escoteiros de Portugal, na freguesia da Barosa, em Leiria, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou esta sexta-feira que o sindicato dos professores foi recebido pela Presidência da República, apesar do comunicado emitido hoje pelos sindicatos queixando-se de que não são ouvidos pelo chefe de Estado, ao contrário do que sucedeu com os bolseiros.

"O sindicato dos professores foi recebido pela Presidência da República. Já expôs as suas posições e está em negociações com o Governo, que continuam em setembro. No caso dos bolseiros, foram recebidos depois de esgotadas as conversações com o Governo", afirmou o Presidente da República.

Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, o sindicato não foi recebido por si, mas pela "Presidência da República".

"Estarei disponível a recebê-los depois das conversações, que terão em setembro com o Governo. Não me quero substituir ao Governo naquilo que é [o seu] papel e que espero que venha a ter sucesso", acrescentou.

Os sindicatos da educação afirmaram hoje que "não compreendem a indisponibilidade" do Presidente da República para os receber, lembrando que estão há meses à espera de resposta a um pedido de audiência.

"O senhor Presidente da República não tem por hábito fugir aos problemas de quem trabalha, como se confirmou com a audiência que concedeu, e bem, aos bolseiros de investigação científica; da mesma forma, o senhor Presidente da República tem conseguido agendar audiências em que recebe aqueles que os portugueses consideram heróis nacionais, como se confirmou, desta vez, com a receção aos campeões europeus de futebol sub-19; é conhecida a capacidade do senhor Presidente para demonstrar interesse e ter opinião sobre incontáveis questões que surgem na sociedade portuguesa", lê-se num comunicado hoje divulgado pelas dez estruturas sindicais de professores unidas em plataforma.

A plataforma de professores esteve quase um mês em greve às avaliações de final de ano dos alunos, reivindicando a contagem integral do tempo de serviço congelado para efeitos de progressão na carreira, exigência que é desde há meses um braço de ferro com o Governo e em relação ao qual ainda não foi possível chegar a um entendimento, e que motivou o pedido de audiência ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

"Não esquecemos que, em 30 de junho de 2017, o senhor Presidente da República afirmou, e bem, que 'há outros heróis que estão a mudar Portugal, são os professores de Portugal'. Assim sendo, qual o motivo por que o senhor Presidente da República continua sem receber as organizações sindicais representativas dos professores portugueses?", questionam os sindicatos.

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  • Cidadao
    04 ago, 2018 Lisboa 11:58
    Acho que os (sindicatos dos) Professores, ainda não perceberam que o destino da reivindicação da contagem integral do tempo de serviço já foi decidido e rejeitado, tanto pelo Centeno, como pelo sorridente-jogo-de-cintura - um tal de António Costa - como pelo PR, e a farsa de negociações é só no sentido de ir dando esperanças (vâs), a ver se se salvam alguns votos para as Legislativas. É que com a oposição em peso da Função Pública e de entre esta, dos Professores, que são 140 mil fora as respectivas familias, não há Maioria Absoluta para ninguém. Assim convém ir fingindo que se negoceia, pode ser que alguns ainda votem no PS... Passou o período em que o poder reivindicativo dos professores era máximo - Exames e notas finais - e nada conseguiram, muito por divisões internas - não se percebe nem o ostracismo a que foi votado o Sindicato S.T.O.P., nem o voto favoravel do elemento indicado pela plataforma sindical para o colégio arbitral, a não ser que fosse uma tatica para entalar o tal STOP, tal como não se percebe que a dita plataforma sindical tenha deixado de fora os 9º, 11º e 12º anos que são os anos de Exames Nacionais e que fazem realmente mossa, tudo isto acompanhada da tradicional intoxicação da Opinião Pública pelos escribas, blogueiros e comentadores assalariados, já para não falar do chorrilho de ilegalidades lançado pelo governo - BE e PCP, não dizem nada? Fosse isto com o PSD... - para tornear os efeitos da Greve. Acham mesmo que vão ganhar alguma coisa, agora?

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