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Alemanha. Manifestação de extrema-direita faz vários feridos

28 ago, 2018 - 00:48

A polícia não divulgou o número exato de feridos.

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Diversas pessoas ficaram feridas por engenhos pirotécnicos e projéteis numa manifestação de apoiantes da extrema-direita que ocorreu sob alta tensão na noite de segunda-feira, em Chemnitz, na Alemanha.

A polícia não deu detalhes sobre a extensão dos ferimentos ou o número exato de vítimas.

A manifestação em Chemnitz, cidade que se localiza na antiga Alemanha do Leste, contou com a participação de mais de 2.000 manifestantes de extrema-direita.

Compareceram ainda no local cerca de mil pessoas simpatizantes da extrema-esquerda, segundo a agência alemã DPA.

As forças de segurança informaram que "mais de 100 pessoas ocultaram os seus rostos", algumas a fazer a saudação hitleriana e outras a atirar pedras.

Os manifestantes reuniram-se na frente de um enorme busto de Karl Marx existente em Chemnitz, cidade da Saxónia.

A polícia, que controlou os manifestantes inclusivamente com canhões de água, manteve afastadas as pessoas ligadas à extrema-esquerda que tentaram aproximar-se da manifestação da extrema-direita.

"Merkel tem que partir", gritavam alguns dos manifestantes, usando bandeiras do partido alemão de extrema-direita AfD, e cartazes com os dizeres "Pare o fluxo de requerentes de asilo" ou "Defender a Europa".

Os manifestantes pediam ainda que o Governo alemão garanta "a segurança de seus cidadãos", após o assassínio de um alemão de 35 anos, alegadamente cometido por dois jovens estrangeiros, um sírio e um iraquiano.

No domingo, cerca de 800 pessoas já se tinham manifestado, após apelos nas redes sociais, segundo Sonja Penzel, responsável pela polícia da cidade.

Esses simpatizantes da extrema-direita atacaram com garrafas e pedras a polícia, segundo a mesma fonte.

Estes eventos "não têm lugar no nosso estado de direito", afirmou o porta-voz da chanceler, Steffen Seibert.

"É importante para o Governo, para todos os democratas eleitos e, na minha opinião, para uma grande maioria da população, deixar claro que tais encontros ilegais e caças coletivas visando pessoas de aparência ou origem diferentes, ou mesmo tentativas de espalhar o ódio nas ruas não têm lugar em nosso país", disse o porta-voz.

A organização Pegida, fundada nesta região, afirmou, mas sem fornecer qualquer prova até agora, que a vítima foi fatalmente esfaqueada "por querer proteger a sua esposa".

O caso ocorre num momento político tenso, com a chanceler Angela Merkel a ser acusada pelos críticos e pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de contribuir para o aumento do crime ao abrir as portas do país aos imigrantes.

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