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Vídeo de mulher assediada e agredida numa rua de Paris choca França

30 jul, 2018 - 12:52

Imagens surgem numa altura em que o Parlamento se prepara para aprovar um projeto de lei que prevê multas para quem comete assédio sexual nas ruas.

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Agressões a estudante reacende debate sobre assédio sexual em França
Agressões a estudante reacende debate sobre assédio sexual em França

Uma estudante francesa conseguiu mobilizar as atenções no seu país ao divulgar um vídeo da agressão de que foi vítima numa rua de Paris por um homem que a assediou sexualmente e que ela mandou calar.

Marie Laguerre, de 22 anos, partilhou o vídeo das câmaras de vigilância que captaram o incidente no passado dia 24 de julho, onde se vê o homem a bofeteá-la em frente a uma esplanada no nordeste da capital francesa.

Numa sucessão de entrevistas este fim-de-semana, Laguerre relatou que, nesse dia, ao voltar do trabalho para casa, um homem começou a dirigir-lhe comentários obscenos e degradantes, emitindo "sons com conotações sexuais".

A estudante diz que "não foi a primeira vez" que isso aconteceu e ressaltou que, "naquele dia, ou naquele mês, já estava farta" de piropos e assédio, pelo que ficou "zangada" e disse ao homem que se calasse.

"Achei que ele não me tinha ouvido, mas ouviu", explicou. Foi aí que o homem se tornou agressivo e lhe atirou um cinzeiro que quase a atingiu. Depois de trocarem insultos, o homem avançou sobre ela e bofeteou-a, levando muitas das pessoas que estavam sentadas na esplanada a saírem em sua defesa.

O vídeo tornou-se viral, contando já com mais de 900 mil visualizações, numa altura em que o Parlamento francês se prepara para aprovar medidas que penalizam quem assediar sexualmente transeuntes nas ruas.

"As primeiras multas deverão começar a ser aplicadas este outono", garantiu a secretária de Estado para a Igualdade de Género, Marlène Schiappa, condenando a agressão de que Laguerre foi vítima - um incidente que, para o jornal "Le Parisien", veio "abrir os olhos" das pessoas em França para o assédio sexual que as mulheres enfrentam diariamente.

Apoiado por uma maioria qualificada dos deputados franceses em maio, o pacote de medidas prevê multas de entre 90 e 750 euros para quem for declarado culpado de assediar sexualmente pessoas na rua e deverá ser formalmente aprovado no final desta semana no Parlamento.

A iniciativa surge na sequência de movimentos como o #MeToo e o correspondente francês #BalanceTonPorc ("Denuncia o teu porco").

Comentários
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  • Indignadamente
    07 ago, 2018 09:56
    Acto cobarde e nojento. NADA do que a mulher dissesse justificava a agressão de que foi vítima. E se ninguém deteve o agressor porque ninguém teve força para isso, MAIS UM MOTIVO para o prender e castigar duramente, porque fulanos agressivos desta índole estão provavelmente mais habituados à violência no seu dia a dia e por isso o seu desempenho em actos violentos torna-os mais perigosos do que o cidadão comum, pacato. Ou seja, só entende mesmo a linguagem da pancada e deve ser tratado com a devida dureza, até para desencorajar futuros «rambos» que agridam mulheres.
  • Fernando Machado
    02 ago, 2018 Porto 15:34
    O Homem "bofeteou-a " ou esbofeteou-a ?
  • Quero saber
    01 ago, 2018 Mundo e arredores 16:16
    E já agora deixem perguntar se alguém acusado injustamente de assédio, seja por vingança pessoal - mera hipótese académica, todos sabemos que as mulheres não são vingativas ... - seja por qualquer tipo de ajuste de contas, pode processar estas organizações metoo e denúncia o teu porco, e outras organizações de fanáticas, por andarem para aí a incitar a baixas vinganças, travestidas de justiça... É que a conta desta nova vaga de caça às bruxas, há muito boa gente com nome sujo e carreira seriamente comprometida, e na maior parte das vezes, provas não há, só o chimfrim persecutório das redes sociais, onde basta ser homem, para ser culpado.
  • Cidadao
    31 jul, 2018 Lisboa 16:31
    Muitas pessoas a irem na sua defesa? Eu só vi um tipo com uma cadeira nas mãos, e que a pousou no chão, quando o agressor se virou e o enfrentou, e ele viu todos os outros - sete homens e 5 mulheres - Sentadinhos como se não tivessem visto nada. Entao aquelas duas mesmo ao lado, até viraram a cara. Depois nas redes sociais é que explodiu a coisa. São Rambos de teclado, guerreiros de Facebook, e Twitter, mais nada. Mas a realidade não é as redes sociais. Na realidade, há queixos e dentes partidos. E saber isso, muda muita coisa, mesmo quando são 12 contra um é esse um, é dos que não foge, e fica, pronto para lutar
  • António
    31 jul, 2018 Paris 15:06
    Naturalmente condeno a agressão, mas não sei o que o homem disse e não sei o que ela respondeu.
  • rui
    30 jul, 2018 lisboa 14:43
    Coincidencia?Provocaçao?Por quem ?Qual o perfil do agressor?Caucasiano?,amarelo?preto?negro?Café com leite?Indio?Cultura?Religiao?Perfil psicológico?Bebado?Drogado?desempregado? etc.A censura não deixa a imprensa dissertar?Na vez do avante teremos o levante.A imprensa amordaçada?por exigências elitistas e castradoras?
  • Anónimo
    30 jul, 2018 14:19
    O lugar dos misóginos é na cadeia.

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