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Jerusalém

Marcelo cumprimenta Israel pelos 70 anos, mas critica "conduta unilateral" dos EUA

14 mai, 2018 - 18:39

Presidente não quis comentar a intervenção do Exército israelita na Faixa de Gaza, onde pelo menos 52 palestinianos foram mortos esta segunda-feira.

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O Presidente da República "cumprimentou" esta segunda-feira o Estado Israel pelo seu 70.º aniversário, mas reiterou a sua discordância face à decisão dos Estados Unidos da América de declarar Jerusalém como capital israelita, criticando essa "conduta unilateral".

À saída de uma iniciativa sobre segurança nacional na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado sobre a morte de pelo menos 50 palestinianos desde esta madrugada na Faixa de Gaza pelas forças israelitas, durante manifestações contra a inauguração da nova embaixada dos EUA em Jerusalém.

O chefe de Estado disse ter conhecimento da situação em Gaza, mas não quis comentá-la diretamente: "Pois, eu sei, eu sei. Não queria pronunciar-me sobre isso."

O Presidente da República preferiu recordar "a posição de Portugal" -- que, salientou, "é igual à posição da União Europeia" -- face à declaração que o Presidente norte-americano, Donald Trump, fez há cinco meses, altura em que definiu Jerusalém como a capital de Israel, altura em que anunciou também a intenção de mudar a embaixada em Israel de Telavive para a cidade santa. "É de não acompanhar a iniciativa americana relativamente a ver a perspetiva de uma ótica essencialmente de um Estado e não de dois".

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou que o Estado português "mantém essa posição, que é de entender que tudo o que contribua para o diálogo é bom" e que "tudo aquilo que, sendo uma conduta unilateral, não contribua para o diálogo, isto é, para esse objetivo de haver dois povos e dois Estados, é negativo".

"Não facilita o caminho para a paz, cria tensão que dificulta esse caminho para a paz", reforçou.

Antes, contudo, o Presidente português considerou que há que separar estes acontecimentos dos 70 anos de existência do Estado de Israel, que hoje se assinalam.

"É uma razão para cumprimentar Israel, uma vez que a posição portuguesa é da existência de dois Estados, com Jerusalém como capital desses dois Estados. E, portanto, essa é uma razão de cumprimento."

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