26 abr, 2024 - 16:36 • Eduardo Oliveira e Silva, Luís Marinho, Luís Marques e Rui Pêgo
O 25 de Abril faz 50 anos. Não há a mais leve comparação entre o Portugal de hoje e o de há cinco décadas. O caminho da democracia venceu indiscutivelmente atrasos deploráveis em todos os planos da vida das pessoas e das famílias, perpetuados pelo Estado Novo. É claro que há ainda muito caminho para caminhar, mas o dado mais surpreendente da sondagem Expresso/SIC de 6ªfeira passada (19.Abr) é que um terço dos portugueses prefere um “chefe forte”. No caso, forte quer dizer autoritário. E não eleito.
Ainda mais surpreendente é o facto de os inquiridos identificarem Salazar e Salgueiro Maia como os dois principais nomes associados ao 25 de Abril. E não Sá Carneiro ou Mário Soares que, de resto, liderou politicamente o processo e mobilizou a sociedade para a defesa intransigente da liberdade que acabou por vir a concretizar-se no 25 de novembro. A boa notícia é que mais de 66% faz uma avaliação positiva do desempenho da democracia. O presidente Eanes explicou na televisão (domingo passado, na SIC) que as duas datas, abril e novembro, se completam, que não existem uma sem a outra. Abril foi o momento fundador de uma nova vida para o país; novembro é o momento “purificador” dos ideais de abril, consagrando a liberdade.
A decisão de Sebastião Bugalho de encabeçar a lista da AD ao Parlamento europeu vem reforçar a necessidade, de que temos falado aqui várias vezes, de os comentadores fazerem declarações de interesse, para que os cidadãos possam perceber de onde vêm e o que pretendem. O trânsito do jornalismo (e do comentário político) para a esfera partidária deve ter regras claras. Mas, sobretudo, o acesso ao comentário deve ser feito com a definição sem reservas da origem do protagonista. De resto, os comentadores começam a experimentar novos talentos. Marques Mendes dá notícias (algumas não se confirmam ou são mesmo desmentidas) e, agora, também entrevista, como se viu na SIC, com a presença do General Eanes no Jornal da Noite do passado domingo.
O CGI (Conselho Geral Independente) da RTP indigitou Nicolau Santos para novo mandato. É verdade que o CGI não está obrigado a fazer um concurso público para a gestão da rádio e televisão públicas, mas fê-lo no passado. Nicolau e a sua equipa foram escolhidos entre 12 candidaturas. Para a renovação de mandato não é preciso um concurso público?
Em suplemento ao programa, os Grandes Enigmas. Perante a invasão do seu chão sagrado e a agressividade dos adeptos, os jogadores de futebol não podem defender-se? E se o fizeram são expulsos? Aconteceu no Chaves - Estoril na última jornada da I Liga.
50 anos depois de Abril, fica um poema de Carlos Grade: