A+ / A-

BE quer renacionalizar os CTT. “Administração está a destruir a empresa”

28 nov, 2017 - 20:49

Contrato prevê o regresso ao Estado em caso de quebra do que está estipulado, afirma deputado José Soeiro.

A+ / A-

O Bloco de Esquerda (BE) quer o regresso dos CTT à esfera do Estado. Os bloquistas receberam esta terça-feira a comissão de trabalhadores daquela empresa e, no final do encontro, fizeram saber que consideram haver motivos para a renacionalização.

O deputado José Soeiro explicou aos jornalistas, no Parlamento, que o contrato de privatização prevê isso mesmo, em caso de quebra do que está estipulado a empresa pode ser resgatada.

“Entendemos que aquilo que têm apontado os relatórios da ANACOM, que o desrespeito que a empresa tem tido do ponto de vista do cumprimento do serviço e também de todas as práticas que tendem a esvaziar, a destruir a empresa e a incumprir as suas obrigações, são motivos suficientes para que o Estado possa invocar em nome do interesse público o resgate da empresa. Isso está previsto no contrato de concessão”, afirma José Soeiro.

O deputado bloquista defende que é preciso salvar os CTT de uma administração que “tem basicamente interesse no banco e que está a degradar completamente as valências de serviço público, como a distribuição de correio e de encomendas”.

O Bloco de Esquerda vai mesmo agendar um debate sobre o assunto, que só deverá acontecer em 2018, tendo em conta que a agenda parlamentar está marcada até ao final de Dezembro.

A renacionalização dos CTT é também a intenção de José Rosário, da comissão de trabalhadores da empresa, que denunciou que a administração está a distribuir dividendos acima dos lucros obtidos e começou um processo de rescisões amigáveis que pode atingir 400 pessoas.

“Precisamos urgentemente de gente nas áreas operacionais, mas a empresa está apostada em reduzir pessoal. Essa redução vai reflectir-se num agravamento do serviço, porque nós já não temos hoje condições em todo o território nacional para assegurar uma distribuição domiciliária cinco dias por semanam nem um atendimento dentro dos padrões de qualidade contratualizados”, adverte José Rosário.

Segundo o representante da comissão de trabalhadores, “há pessoas a esperar cinco dias, 15 dias, por uma carta e isto nunca aconteceu nos CTT”.

Os CTT têm um universo de mais de dez mil trabalhadores. Segundo estes representantes, alguns podem estar em risco de saída devido a um processo de reestruturação da empresa.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Manel totó
    29 nov, 2017 Portugal 22:20
    O tonho mas não são os carteiros que tem a culpa mas sim o governo que deixou a destruição dos CTT para os acionistas só querem é lucro
  • Rui
    29 nov, 2017 Lisboa 18:26
    CESAR qual é a outra empresa de distribuição de correio em Portugal com lojas abertas em todas as localidades você deve estar noutro país.
  • Rui Cabral
    29 nov, 2017 Vila Franca de Xira 15:45
    Concordo plenamente, A situação dos CTT é caótica, falta de cumprimento com a entrega de cartas ou registos, correio devolvido ao Muncipio sem ser entregue aos clientes, posso garantir que estive cerca de 30 dias sem receber uma carta na empresa, e já estou novamente sem receber à cerca de 10 dias. Reclamções e nem sequer respondem. Os Centros de distribuição Postal estão virados do avesso após a fusão num unico para toda a população do Concelho. Como ultima nota, as chefias não prestam , sem responsabilidade e ainda “gozam” com os clientes. Nunca vi tamanha desorientação de uma Empresa.
  • José Cruz Dias
    29 nov, 2017 Recarei - Paredes - Porto 03:10
    É de facto verdade a deterioração dos serviços de entrega da correspondência au domicílio lamento mas não me lembro de tão mau serviço prestado pelos CTT. Por isso concordo em absoluto com a retoma au Estado desta empresa.... Cruz Dias
  • sergio machado
    29 nov, 2017 Oeiras 02:07
    Foi um crime contra o país a privatização dos CTT, uma empresa histórica modernizada com os impostos dos contribuintes...
  • Carlos
    29 nov, 2017 Penafiel 00:14
    Trabalho todos os dias (em quantidade, vendas online) com os CTT, e não vejo nenhuma degradação nos serviços, quase sempre pontuais (excepto aí sim por falta de pessoal na altura das férias e do Natal). Por isso não entendo como é que os bloquistas vêem coisas que não existem, ainda para mais suspeito que nem sequer usam os serviços.
  • César
    28 nov, 2017 Viana do Castelo 23:49
    Última hora! Há mais empresas no mercado da correspondência... Não gostam dos CTT? Procurem as outras 10 ou 20 disponíveis... Deixem-se de tiques ditatoriais e passem à próxima invenção que vos dará tempo de antena na nossa imprensa esquerdista...
  • Nuno Almeida Pinho
    28 nov, 2017 Oliveira de Azemeis 23:17
    Concordo em absoluto.Trabalhei há pouco tempo como carteiro nos CTT num contrato temporário durante 6 meses.Não há cumprimento de prazos.È verdade que existem pessoas que esperam 5 dias pelo correio normal e mesmo muitas vezes o próprio correio prioritário (azul e registadodo) não é entregue dentro dos prazos porque simplesmente os carteiros estão sobrecarregados pela falta de pessoal e fazem 2 e mais giros por dia e ainda entregam express mail e encomendas.È triste porque os meus colegas dizem que a situação se agrava de dia para dia e que a empresa está a ser destruida pela empresa e os clientes não são bem tratados nem respeitados.Primeiro o lucro e despois o cliente, vale tudo.
  • Joaquim manuel dias
    28 nov, 2017 Torres Novas 22:56
    Nao deixem fazer o mesmo que fizeram ha Portugal Telecom.
  • antonio
    28 nov, 2017 leiria 22:37
    Uma autentica vergonha o que se passa actualmente com a distribuição da correspondência. Atrasos de um mês e mais. Canalhas, parasitas incompetentes e gatunos. Se não teêm competência, rua com os canalhas.

Destaques V+