06 dez, 2017 - 14:45 • Cristina Branco
O PS vai introduzir duas emendas na proposta sobre cooperação estruturada permanente na área da defesa e segurança europeia (PESCO, na sigla original) para procurar um amplo consenso na Assembleia da República (AR).
O Partido Socialista vai incluir a recusa de um exército europeu e da especialização das Forças Armadas nacionais na sua recomendação sobre a adesão a este novo mecanismo, pontos que eram linhas vermelhas traçadas pelo PSD.
O deputado socialista Vitalino Canas explicou à Renascença que se “trata de o PS espelhar na parte resolutiva do seu projecto algo que já estava na parte introdutória de forma implícita”.
“São três pontos: primeiro, que a cooperação estruturada permanente, que vai ser aprovada no Conselho Permanente de dia 11, não conduz a um exército único europeu e sublinhar que não implica qualquer especialização das nossas Forças Armadas e que implique, isso sim, uma articulação com a NATO”, esclarece Canas.
O PSD tinha ameaçado chumbar a proposta socialista caso não traçasse estas "linhas vermelhas". Também o CDS tinha apelado ao consenso sobre esta questão.
O deputado socialista acredita que estas alterações vão tornar possível o consenso e a aprovação de todos os projectos na AR.
“Estas alterações que introduzimos facilitam a visibilidade de um consenso e vão tornar inequivocamente possível que todos os projectos de resolução que apoiam a adesão de Portugal à cooperação estruturada permanente sejam aprovados na Assembleia da República”, afirma.
O Parlamento debate, esta quarta-feira à tarde, projectos de resolução de todos os grupos parlamentares, à excepção do PAN, sobre a participação portuguesa no projecto de cooperação europeia de defesa. PS, PSD e CDS recomendam a adesão de Portugal.
Contactado pela Renascença, o deputado do PSD, Hugo Soares, recusou comentar as alterações introduzidas pelo PS, remetendo uma posição para a discussão dos projectos, esta tarde, na AR.
Na terça-feira, o Presidente da República considerou que seria um erro histórico a Assembleia não aprovar, por falta de diálogo, um projecto de apoio à adesão do país.