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Dia Europeu dos Direitos dos Doentes

Cancro. “É necessário que cada pessoa tenha acesso aos melhores cuidados"

18 abr, 2024 - 15:38 • Redação

O presidente do IPO do Porto pede ao governo “visão estratégica” para atrair mais investigação clínica e “investimento na tecnologia” para garantir mais “qualidade de vida” aos doentes de cancro.

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O acesso a diagnóstico, tratamento e cuidados paliativos de oncologia tem de ser para todos que vivem Portugal, defende o presidente do Instituto Português de Oncologia do Porto, Júlio Oliveira, na data em que se assinala o Dia Europeu dos Direitos dos Doentes.

“Num quadro mais macro, é necessário garantir que, dependendo da doença oncológica ou da suspeita, o doente possa ter acesso aos cuidados mais diferenciados, independentemente de entrar no sistema em Bragança, Castelo Branco, Faro, Porto, Coimbra ou Lisboa. Portanto, é necessário que cada cidadão português e cada pessoa que vive em Portugal tenha acesso aos melhores cuidados de saúde”, afirma o responsável pelo IPO Porto à Renascença.

Em tom de recomendação ao novo governo, Júlio Oliveira pede “visão estratégica” para atrair mais investigação clínica, e “investimento na tecnologia” para oferecer mais “qualidade de vida” a quem está, por exemplo, nos cuidados paliativos.

“Quando estamos a falar de doentes que têm uma condição incurável, é absolutamente essencial oferecer uma tecnologia que lhes possa dar uma maior expectativa de controlo da doença. Felizmente, há cada vez mais instrumentos e armas terapêuticas a surgir. E nesse contexto de competitividade internacional, para conseguirmos atrair mais investigação clínica, mais ensaios clínicos, mais tecnologia para o país - preferencialmente com menor custo, mas maior impacto na sobrevivência e na qualidade de vida dos doentes - devemos organizar os cuidados e o ecossistema de saúde em Portugal”, salienta.

No domínio da investigação dos vários tipos de cancro, o presidente do IPO Porto garante que tem “sido feito muito, felizmente” e de forma “cada vez mais acelerada”, mas “não tanto” quanto a sociedade e os doentes precisam.

“Principalmente na última década, tem havido grandes avanços na investigação que permite conhecer melhor a biologia do cancro. Porque é que ele surge? Como é que se desenvolve? Como é que adquire resistência aos tratamentos? E isto tem permitido desenvolverem-se medicamentos mais seguros e eficazes, que conseguem aumentar a sobrevivência e preservar qualidade de vida dos doentes.”

Um dos exemplos que Júlio Oliveira dá relativamente ao avanço do conhecimento é a manipulação de células do sistema humanitário, que são “reprogramadas geneticamente” e usadas para reconhecer e combater o cancro, algo que “há uns anos seria considerado ficção científica”.

O presidente do IPO Porto garante que a instituição está a procurar “contribuir para a expansão do conhecimento” da doença, e quer ser reconhecida “internacionalmente” pelos avanços na luta contra o cancro.

Esperemos que no futuro, e não muito longínquo, o cancro possa vir a ser uma história do passado. Ainda não o é, mas instituições como o IPO do Porto e instituições de investigação portuguesas e internacionais estão a trabalhar de forma muito árdua, para que realmente possamos construir o cancro como uma história do passado.”

O Dia Europeu dos Direitos dos Doentes assinala-se esta quinta-feira, 18 de abril.

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  • Anastácio José Marti
    19 abr, 2024 Lisboa 12:41
    Como podem os portugueses terem acesso aos melhores serviços, se um utente crónico de Alto Risco, com 88% de incapacidade, nem Médico de família tem hoje, 19/4/2024, para que o possa acompanhar nos diferentes problemas de saúde de que padece? Permanece uma desorganização total do SNS que impede que os portugueses tenham mais e melhores serviços quando deles necessitam, pois como imagem de marca da total falta de qualidade dos serviços do SNS estão os Centros de saúde, em pleno século XXI, continuarem sem ada fazerem para atualizarem as suas listas de utentes, optando por utentes falecidos e já não residentes na área de jurisdição de cada Centro de Saúde se mantenham com Médico de Família atribuído, e outros, como DEFICIENTES, UTENTES CRÓNICOS E DE ALTO RISCO, POR CAUSA DESTA DESORGANIZAÇÃO NEM MÉDICO DE FAMÍLIA ATRIBUÍDO TÊM, Esta é pois a imagem de marca das que sendo pagas para saberem dirigir os Centros de saúde, diariamente nos provam nunca o terem sabido e só lá estão, graças aos cargos de confiança política porque de mérito nunca tiveram nenhum, como estes tristes mas reais exemplos nos provam diariamente.

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