27 dez, 2011
Foi anunciada uma comissão de inquérito para analisar os conflitos militares ocorridos ao longo desta segunda-feira.
Questionado pelos jornalistas sobre uma alegada tentativa de golpe de Estado hoje na Guiné-Bissau, o ministro da Educação, Artur Silva, falando em nome do Governo, respondeu com um lacónico: "não".
Horas antes, o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, António Indjai, havia dito que "um grupo de militares quis alterar a ordem constitucional" no país, mas que a situação foi rapidamente controlada.
O porta-voz do Governo não esclareceu o objectivo que motivou o assalto ao paiol nem confirmou a existência de detidos, remetendo explicações para uma comissão de inquérito ao incidente a ser criada.
Estas declarações surgiram, no final de uma reunião entre dirigentes políticos guineenses e chefias militares, na qual participou também o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior.
O paradeiro de Carlos Gomes Júnior permaneceu desconhecido durante uma parte do dia de hoje, havendo informações não confirmadas de que se encontraria nas instalações da embaixada de Angola em Bissau.
A situação na capital permaneceu calma, mas a rua que dá acesso à casa do primeiro-ministro em Bissau foi cortada ao trânsito ao início da tarde e a segurança da zona foi reforçada com polícias e militares.
Nesta “Edição da Noite” vamos tentar avaliar o momento – mais um – de turbulência política que se vive na Guiné-Bissau, um país que tem atravessado sucessivas crises institucionais e onde as fundações do Estado se apresentam com enormes vulnerabilidades.
Mais à frente, no espaço habitual do “Falar Claro”, em pausa de período natalício, vamos ter um segmento especial de análise voltado para o mensagem de Natal do primeiro-ministro e para o ano político de 2012.
Os convidados são José Manuel Fernandes, jornalista ex-director do diário “Público” e actual director da revista “Ter Opinião” da Fundação Francisco Manuel dos Santos, e Helena Garrido, directora-adjunta do “Jornal de Negócios”. A moderação é de Eunice Lourenço, editora de política da Renascença.