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"Isto é um crime público" e as autoridades não fazem nada, critica padre de Canelas

05 dez, 2014 • Henrique Cunha

"Manifestações", "insultos" e "humilhações" não foram travadas pelas autoridades, lamenta Albino Reis, o sucessor do padre Roberto na paróquia da freguesia de Vila Nova Gaia.

"Isto é um crime público" e as autoridades não fazem nada, critica padre de Canelas
"Manifestações", "insultos" e "humilhações" não foram travadas pelas autoridades, lamenta Albino Reis, o sucessor do padre Roberto na paróquia da freguesia de Vila Nova Gaia.

As manifestações de boicote à eucaristia por parte de habitantes de Canelas que estão contra o afastamento do padre Roberto de Sousa atentam "contra a liberdade religiosa" e são, por isso, "um crime público". É o actual padre de Canelas, Albino Reis, que o diz.

A decisão de afastar o padre Roberto de Sousa da paróquia de Canelas foi tomada em finais de Julho pela Diocese do Porto. Contra o afastamento e a falta de explicações sobre os motivos da decisão, organizaram-se várias acções de protesto e um abaixo-assinado. Aquando da recepção ao novo padre, em Outubro, os ânimos exaltaram-se, obrigando a intervenção policial.

Em entrevista à Renascença, o padre Albino Reis defende que o direito de celebrar missa naquela freguesia de Vila Nova de Gaia "foi inibido" através de "manifestações", "insultos" e "humilhações" que, lamenta, não foram travadas pelas autoridades.

"As autoridades policiais tinham a obrigação de ter dito: isto é um local público, não têm o direito de se manifestar e muito menos de incomodarem e interromper com a vossa manifestação uma celebração que está a acontecer", refere.

Desejo de paz
Para além do desabafo, o padre de Canelas expressa o desejo de que a paz regresse em breve à paróquia – tem "pedido a Deus que isso se realize". Tem "o sonho de que nesta quadra que se aproxima, que é o Natal, as coisas possam ser apaziguadas".

Um mês depois de assumir a paróquia de Canelas, o padre Albino Reis acredita que a normalidade e a paz estão mais próximas e deixa um pedido ao anterior pároco: diga "uma palavra" para ajudar à pacificação.

Assegura ter toda a solidariedade do bispo, António Francisco dos Santos, e dos sacerdotes da diocese do Porto.  "Não estou só", garante. "D. António é uma pessoa de contacto frequente" e tem sido "a expressão maior de solidariedade e de preocupação" com o padre.

Optimista, Albino Reis acredita que "a palpitante vida pastoral" não tardará em fazer-se sentir em Canelas.