Siga-nos no Whatsapp

Demissão de Miguel Macedo

Reacções partidárias à demissão de Miguel Macedo

16 nov, 2014

Socialistas lembram que há outros ministros que deveriam seguir o caminho de Miguel Macedo. Já o CDS lamenta a saída.

O socialista Marcos Perestrelo considera que “o Governo está profundamente debilitado, ligado à máquina”.

Na reacção à demissão do ministro da Administração Interna, o deputado do PS lembra que há “ministros sem condições políticas para o exercício de funções” e deu como exemplo a Educação e a Justiça.

Marcos Perestrelo apontou ainda a “falta de lucidez” do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho por ter ainda pedido a Miguel Macedo para reponderar o pedido de demissão.

"Cabe salientar o contraste entre a lucidez do ministro Miguel Macedo com a falta de lucidez quer do primeiro-ministro [Pedro Passos Coelho], quer de outros membros do Governo. A lucidez política que o ministro Miguel Macedo teve ao perceber que não tinha condições para continuar a exercer o seu mandato contrasta com a falta de lucidez política do primeiro-ministro, que, numa primeira fase, entendeu que havia condições para que Miguel Macedo continuasse a exercer funções governativas", disse o vice-presidente da bancada socialista.

O líder parlamentar do PCP afirma que a demissão do ministro da Administração é insuficiente, porque "as consequências políticas" do caso "são mais profundas", defendendo que o Presidente da República deve "demitir o Governo e convocar eleições antecipadas".

João Oliveira reforça, à Renascença, que "esta situação de demissão é mais uma, que acresce a tantas outras que têm contribuido para que tenhamos hoje um Governo sem legitimidade, sem credibilidade, que contribui para a degradação do funcionamento das instituições e que portanto deve ser demitido".

O Bloco de Esquerda afirmou que a demissão do ministro da Administração Interna comprova a necessidade de extinguir os vistos 'gold' e insistiu que Paulo Portas deve "responder por uma medida" que apenas trouxe "negócios escuros" ao país.

"Achamos que a saída do ministro Miguel Macedo é normal em democracia e era esperada, o que só contrasta, para vergonha da ministra da Justiça e do ministro da Educação, com outras demissões que ficaram por fazer", considerou, em declarações à Renascença, o dirigente bloquista Jorge Costa.

Já o líder parlamentar centrista, Nuno Magalhães, afirmou que o CDS respeita as razões invocadas por Miguel Macedo para se demitir do Governo mas lamenta a sua saída do Executivo, no qual "assumiu sempre o espírito da coligação".

"Respeitamos as razões que invocou mas não deixamos de lamentar a sua saída", disse Nuno Magalhães numa declaração enviada à Agência Lusa. De acordo com o presidente da bancada centrista, Miguel Macedo "foi um ministro que assumiu sempre o espirito da coligação no seu sector" e que "manteve a lei e ordem com firmeza sem com isso precludir liberdades ou
garantias".

"Quero dizer em nome do CDS - partido para o qual a questão da segurança é muito importante - que Miguel Macedo fez um mandato francamente bom como MAI", declarou. Para o CDS, Miguel Macedo "apesar de ter governado em tempo de crise muito difícil, conseguiu reduzir os níveis de criminalidade e teve sempre uma preocupação seria com o estatuto e a autoridade das forças de segurança".

O PSD considerou que Miguel Macedo revelou "imensa dignidade" ao demitir-se de ministro da Administração Interna por entender que tinha a sua autoridade diminuída, recusando fazer comparações com as situações de outros ministros.

"É, sublinho, uma atitude que revela uma imensa dignidade da parte do doutor Miguel Macedo", declarou o vice-presidente do PSD e deputado José Matos Correia, em declarações aos jornalistas, na sede nacional deste partido, em Lisboa.

Questionado se o PSD considera que há outros ministros que têm a sua autoridade diminuída, Matos Correia acusou a oposição, em especial o PS, de misturar "algos com bugalhos" e recusou comparações: "A situação do doutor Miguel Macedo foi gerada por um caso concreto, uma circunstância de que todos temos conhecimento. Não tem nenhuma relação com outro tipo de situações que dizem respeito a outros membros do Governo".

O social-democrata manifestou "confiança na capacidade do primeiro-ministro", para decidir sobre a composição do executivo PSD/CDS na sequência da demissão de Miguel Macedo. "Sempre que houve necessidade de substituir membros do Governo, o presidente do partido e primeiro-ministro fê-lo com sabedoria e com eficácia", defendeu.

Reacções dos sindicatos do sector.