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Mais de mil pessoas rezaram pela vida frente a clínica de aborto em Lisboa

09 nov, 2012 • Filipe d’Avillez

Durante quarenta dias pessoas de todos os meios e idades estiveram presentes para que as mulheres percebessem que há quem as apoie e esteja solidário com o seu sofrimento.  

Mais de mil pessoas rezaram pela vida frente a clínica de aborto em Lisboa
A campanha dos 40 Dias Pela Vida chega hoje ao fim. Durante este período terão sido mais de 1200 as pessoas que rezaram durante pelo menos duas horas à frente da maior clínica de abortos em Lisboa, em solidariedade com o sofrimento e a angústia das mulheres.

Paula Pimentel, que ajudou a organizar a iniciativa, explica que o balanço é muito positivo: “A oração é uma força de bem e de paz e por outro lado o aborto é um grande drama para a mulher, para o filho, para a sociedade. A oração ajuda-nos a perceber que Deus também sofre mas está muito perto, está lá para ajudar. Deus não desiste e nós, sociedade, também não vamos desistir de oferecer alternativas à mulher e de compreender que a mulher precisa de outras soluções.”

Este tipo de eventos já tem anos noutros países, mas em Portugal foi a primeira vez que se realizou. Havia incerteza quando à adesão, mas esta superou as expectativas: “Tivemos pessoas de todas as idades, crianças, velhinhos, universitários, pessoas do ensino primário e secundário, famílias, pessoas de muitos recursos, pessoas de poucos recursos, com instrução, sem instrução e toda a gente deixou mensagens a agradecer a oportunidade de rezar em comunidade pela vida.”

Paula Pimentel realça a proximidade que os voluntários sentiram com as mulheres que acorriam à clínica, independentemente de terem mudado de ideias ou não: “Quando rezamos pelas pessoas não as conseguimos julgar, aproximamo-nos do sofrimento delas, mesmo as que vêm pelos motivos mais frívolos, e eu reparo que as pessoas que lá rezam têm todas uma grande misericórdia para com estas mulheres, não as estão a julgar.”

Ainda assim era sempre com muita alegria que se recebia a notícia de alguém que, à última hora, tinha decidido enfrentar os desafios de uma gravidez inesperada ou indesejada: “Mesmo que nenhuma tivesse deixado de abortar teria valido a pena. Mas a verdade é que muitas deixaram de abortar. Aconteceram muitas coisas mas não as contabilizámos deliberadamente, porque cada história é única e irrepetível e não faria sentido estar a contabilizar o número de vidas salvas, até porque não somos nós que a salvamos, é Deus quem toca o coração das pessoas.”

O realismo, contudo, também esteve sempre presente: “Graças a Deus, e à oração, houve várias mulheres que decidiram optar pela vida. O que não quer dizer que as pessoas deixem de estar angustiadas e com problemas, vão continuar a ter problemas, mas não é a mesma coisa que aquele sentimento de que não há nada a fazer.”

Para o ano já está decidido que haverá outros 40 dias. Entretanto fica o desafio para ninguém desistir de rezar pelas grávidas e pelos funcionários desta e de todas as clínicas onde se aborta em Portugal.