Depois da França, Washington dá sinais de desagrado com os pronunciamentos públicos do Patriarca.
Maronita, Rai, Rahi, Al-Rahi
O Patriarca da Igreja Maronita, com sede no Líbano, está a sentir na pele a pressão ocidental por ter defendido o regime iraniano de Bashar Al-Assad.
Bechara Rai, que foi eleito este ano para chefiar a segunda maior Igreja católica oriental, pediu aos governos ocidentais que dessem “uma chance” a Assad para colocar em prática as reformas que prometeu. As declarações foram feitas durante uma visita a França.
Já depois de ter regressado ao Líbano, a presidência francesa emitiu um comunicado em que se mostrava “surpreendida e entristecida” pela posição do Patriarca.
Agora, surgiu a notícia de que uma próxima visita aos Estados Unidos, onde inicialmente estava previsto um encontro com o presidente Obama, foi cancelada. Tudo indica que esta decisão foi tomada em reacção às afirmações do Patriarca em relação à Síria.
Em várias ocasiões, Bechara Rai chamou atenção para o perigo de um conflito interno caso o regime sírio caia e as eventuais consequências nefastas para a comunidade cristã, cerca de 10% da população, no caso de o poder cair nas mãos de extremistas islâmicos.
Ao fazer estas declarações o Patriarca coloca-se ao lado da hierarquia cristã da Síria, que quase sem excepção tem-se colocado do lado do regime, apesar de pedir contenção e o abandono da violência de parte a parte.