23 jul, 2015
O Ministério Público (MP) na Comarca de Porto Este (Penafiel) arquivou um processo de inquérito por suspeitas de abusos sexuais de menores ao padre Abel Maia, sacerdote de Santa Eulália, em Fafe.
Foram investigados três períodos do percurso profissional do padre, de 1992 a 1994, de 2001 a 2003 e de 2008 a 2014, explica a Procuradoria-Geral Distrital do Porto, em comunicado.
“O arquivamento baseou-se, quanto aos dois primeiros períodos temporais, na extinção do procedimento criminal por prescrição, na ausência de qualquer queixa por parte de eventuais vítimas e na ausência de indícios de se terem verificado os factos denunciados, e quanto ao terceiro período, na ausência de indícios”, refere a nota.
O inquérito teve origem numa carta enviada por outro sacerdote, o padre Roberto Sousa, à Diocese do Porto. O bispo D. António Francisco dos Santos,
considerando tratar-se de uma situação grave, informou de imediato o Ministério Público, em Novembro de 2014.
"Foram ainda investigados factos susceptíveis de integrar o crime de aborto, também referidos na denúncia, não tendo igualmente sido recolhidos indícios da sua verificação", sublinha a Procuradoria.
"Sempre declarei a minha inocência"
O padre Abel Maia congratula-se com a notícia do arquivamento da investigação sem que tenham sido encontrados quaisquer indícios de crime. “Não esperava outra coisa”, afirma em declarações à Renascença,
“Sempre declarei a minha inocência e sempre me reservei ao silêncio. É bom que eu comece a ter a paz de espírito que me falta há uns meses valentes, porque abalou com a minha dignidade, com o meu nome e com a minha personalidade. Eu sou padre”, declara o sacerdote.
Lamenta profundamente ter sido “vítima de uma chantagem”, sobretudo, “chantagem de um colega padre que vai buscar injúrias ou difamações, sem pés nem cabeça, para atingir os seus objectivos”.
“O padre Roberto, como eu e todos os padres, temos uma coisa sagrada que se chamada obediência-reverência. Obediência-reverência não é fazer o que quero, é fazer o que devo, ponto final”, sublinha.
Na sequência do arquivamento da investigação, o padre Abel Maia vai conversar com o seu advogado para defender o seu bom nome, num caso que, diz: “feriu a minha pessoa e as pessoas que me amam”.
“Não se trata aqui de vanglória ou de chantagens, porque eu não vou por aí. Trata-se de chamarmos as coisas pelo nome e fazer as pessoas tomar consciência que há atitudes que ferem e que não se podem repetir”, conclui.
[notícia actualizada às 00h05]