Missa por D. José Policarpo. "Foi cristão connosco e bispo para nós"
13 mar, 2014 • Filipe d’Avillez
Os fiéis e padres que lotaram a Sé de Lisboa ouviram uma homilia focada na esperança da ressurreição, na missa de corpo presente do Patriarca emérito D. José Policarpo.
O cónego Manuel Alves Lourenço, que presidiu à missa de corpo presente de D. José Policarpo, esta tarde na Sé de Lisboa, citou Santo Agostinho para descrever a missão cumprida pelo Patriarca emérito. “Sou cristão convosco, sou bispo para vós”, disse. “Ele foi isso também, cristão connosco, bispo para nós. Rezemos por ele, na expectativa que ele reze também por nós. É a comunhão dos santos”, afirmou o cónego, que celebrou na qualidade de deão do cabido da Sé, ou seja, o cónego mais velho da Sé de
O cónego Manuel Alves Lourenço, que presidiu à missa de corpo presente de D. José Policarpo, estar tarde na Sé de Lisboa, citou Santo Agostinho para descrever a missão cumprida pelo Patriarca emérito.
“Sou cristão convosco, sou bispo para vós”, disse. “Ele foi isso também, cristão connosco, bispo para nós. Rezemos por ele, na expectativa que ele reze também por nós. É a comunhão dos santos”, afirmou o cónego, que celebrou na qualidade de deão do cabido da Sé, ou seja, o cónego mais velho da Sé de Lisboa.
As leituras e o evangelho desta missa foram escolhidos propositadamente para esta missa, não se seguindo por isso as leituras próprias do dia. Na primeira leitura ouviu-se o livro de Job e na segunda a epístola de São Paulo aos Coríntios, sempre a focar a fé na ressurreição: “Aquele que ressuscitou Jesus também nos há-de ressuscitar”, afirma São Paulo na sua epístola.
O Evangelho foi retirado de São João e, na homilia, o cónego Lourenço sublinhou precisamente essa certeza cristã da vida eterna: “Estamos aqui reunidos nesta convicção de que este nosso irmão já se encontrou plenamente com o Senhor Jesus. Nós ainda estamos a caminho.”
“Precisamos dar-nos conta que o motivo da nossa celebração não é uma morte, essa é a ocasião. O motivo é a vida que o Senhor nos garante, a vida eterna.”
Esta é a diferença entre um cristão e um não cristão, afirmou o cónego: “Os pais, diante de um filho que acaba de nascer, a única coisa que lhe podem garantir é que um dia morre. Mas não assim um pai cristão, ele vai garantir à criança que foi criada para a vida eterna”.
Mesmo para um cristão a separação física é dolorosa, sublinhou o cónego, mas deve ser vista no seu contexto: “Ainda no Domingo passado vimos que Jesus se tinha retirado para o deserto, não para se ver livre das pessoas, mas para se preparar para estar completamente com elas, segundo o plano do Senhor”, recordou.
“É uma separação física para podermos continuar melhor na nossa união. Assim devemos encarar a morte, que é sempre algo doloroso, não pode deixar de ser, como todas as separações. Mas o que nos separa não é a ‘irmã morte corporal’, nas palavras de São Francisco, a quem nenhum ser humano escapa. O que nos separa são os nossos pecados, mas o Senhor é mais forte que o pecado e que a morte, que será vencida”, concluiu.
O corpo de D. José Policarpo permanecerá na Sé de Lisboa até sexta-feira, às 16h, quando começará o funeral do Patriarca emérito. Os restos mortais irão para o Panteão dos Patriarcas, em São Vicente de Fora.