Passos admite "pequenas alterações" ou "ajustamentos" no Governo
30 jan, 2013
Governante escusou-se a revelar saídas e entradas e voltou a falar de 2014 como um ano de viragem na economia portuguesa.
O primeiro-ministro afirmou que os “ajustamentos” nas equipas ministeriais são normais e correntes. Pedro Passos Coelho confirmou mudanças no Executivo, mas escusou-se a revelar saídas e entradas.
"Ajustamentos nas equipas ministeriais são coisas normais e correntes, não têm dignidade de um primeiro plano político, é uma matéria que ficará encerrada muito rapidamente e sobre a qual informarei o senhor Presidente da República".
Reiterando que será um processo rápido, e que não tem significado político particular, o primeiro-ministro escusou-se a fazer "especulações sobre remodelações do Governo ou de ministros".
Nas últimas horas têm sido dadas como certas as saídas do secretário de Estado do Emprego, Pedro Martins, do secretário de Estado da Inovação, Carlos Oliveira, e do secretário de Estado das Florestas, Daniel Campelo.
"Vai ser necessário, como é público, substituir o senhor secretário de Estado Paulo Júlio e é muito provável que possa haver também algumas pequenas alterações ou ajustamentos nas equipas ministeriais que os senhores ministros entendam como oportuno", afirmou Passos Coelho à margem da cerimónia de tomada de posse da nova direcção da Associação das Empresas de Vinho de Porto (AEDP).
Paulo Júlio apresentou a demissão depois de ter sido notificado dia 21 de Janeiro pelo Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Coimbra de um despacho de acusação pela alegada prática, em 2008, enquanto presidente da Câmara de Penela, de um crime de "prevaricação de titular de cargo político".
Previsões quanto à recuperação
Na Associação das Empresas de Vinho do Porto, o primeiro-ministro voltou a falar de 2014 como um ano de viragem na economia portuguesa. Passos Coelho afirma que as previsões apontam para a possibilidade da economia portuguesa inverter a tendência recessiva.
O que posso dizer e reafirmar é que todas as previsões apontam num sentido: de que, em 2014, a economia portuguesa recupere em termos de crescimento e que, por essa razão, ao longo de 2013 se espera uma inversão dessa tendência recessiva", afirmou.
Segundo o primeiro-ministro, só perante uma "perspectiva de cepticismo, em que as previsões se fossem adensando negativamente e se esperasse uma recessão tão ou mais grave do que no ano anterior", haveria necessidade de "parar para rever a estratégia económica".
"Mas não é isso que acontece", sustentou.
Uma declaração na mesma linha da do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, que em Frankfurt disse ser apropriado discutir a saída do programa de ajustamento financeiro, reiterando, contudo ser prematuro afirmar que a crise está ultrapassada.