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Madeira

Fundação Social-Democrata queria fazer da casa de Jardim um museu

02 ago, 2012 • Dora Pires

Instituição madeirense criada para beneficiar carenciados nunca o fez, segundo a oposição e imprensa locais, e o património cresceu quase 13 milhões em 20 anos.

Fundação Social-Democrata queria fazer da casa de Jardim um museu
A Fundação Social-Democrata da Madeira, cujo presidente é, segundo o currículo do próprio, Alberto João Jardim, foi criada há 20 anos e a polémica tem a mesma idade.

No site da fundação, a última actividade divulgada foi em 2010 - a compra da casa onde Alberto João Jardim viveu até aos 30 anos. Explica-se que a aquisição tinha como fim transformar a habitação num museu, já que o presidente do Governo regional deixaria o poder em 2011.

No mesmo ano, a fundação divulgou também a lista de alunos da região com apoio da bolsa de 100 euros mensais, mas a imprensa regional garante que essas bolsas nunca chegaram a ser pagas.

Já na altura da sua criação, partidos da oposição exigiam averiguações da justiça por considerarem que o fim da instituição - dar apoio aos carenciados, crianças e mães solteiras - era uma fraude.

As acusações duram até hoje, mas formalmente, na lista do Governo de Passos Coelho, não se identificam os fundadores e mantém-se o fim de cariz social.

A ficha que identifica a Fundação Social-Democrata da Madeira revela que há 20 anos o património era de 50 mil euros e hoje ronda os 13 milhões. Não recebeu dinheiro do Estado no período em análise do relatório sobre fundações divulgado esta quinta-feira, mas também não identifica qualquer beneficiário.

Entre o património da fundação está a Herdade do Chão da Lagoa, que recebe a festa anual do PSD-Madeira e que chegou a ser atingida pelas chamas dos recentes incêndios na ilha. O PSD anuncia que a Herdade vai ser reflorestada.