27 jun, 2015
O Ministério da Economia revela que houve um pedido "indevido" de informações sobre o programa eleitoral do PS por parte de um serviço daquele ministério, situação que lamenta, mas que não deverá voltar a acontecer.
Segundo fonte oficial, o gabinete do ministro da Economia, Pires de Lima, confirmou não ter dado indicação para que fossem solicitadas aos organismos sob sua tutela qualquer monitorização de medidas propostas pelo Partido Socialista.
"Todavia, após averiguação, apurou-se que, por iniciativa própria indevida seguiu um email para três organismos com pedido de informações por parte de um serviço de um gabinete do Ministério", afirma a mesma fonte, acrescentando que "o ministro da Economia já deu instruções para que esta situação, que se lamenta, naturalmente, não volte a ocorrer."
Na sexta-feira à noite, o Ministério da Economia assegurara que o gabinete do ministro não pediu aos serviços por si tutelados que analisassem o programa eleitoral do PS.
No entanto, "em nome da transparência e do rigor", comprometeu-se a averiguar se houve alguma "solicitação indevida por parte de outros serviços".
O líder parlamentar socialista, Ferro Rodrigues, exigiu na sexta-feira imediatas explicações do primeiro-ministro sobre a possibilidade de altos quadros da administração pública estarem a ser "instrumentalizados" para a luta política, recebendo ordens superiores para analisarem o programa eleitoral do PS.
A ministra da Justiça negou esta sexta-feira, no Parlamento, que tenha utilizado dirigentes públicos com "fins eleitorais".
Segundo o "Diário de Notícias" (DN), os directores-gerais receberam um e-mail a pedir, com carácter de urgência, que verificassem se as medidas do programa eleitoral do PS já foram realizadas por este Governo ou se estão em vias de o ser.
Numa resposta directa a uma interpelação do deputado socialista Jorge Lacão relacionada com a manchete do DN, Paula Teixeira da Cruz disse que o que ocorreu foi "uma monitorização, uma verificação, como é habitual", das medidas adoptadas pelo Governo.
"O que aconteceu no âmbito desta monitorização, que é normal, foi, tendo-se verificado que havia um conjunto de medidas muito semelhantes ou iguais às implementadas pelo Governo, foi pedido, mal, que se verificasse se essas medidas estavam contidas nas nossas propostas", disse a ministra.