Siga-nos no Whatsapp

Reacções dos sindicatos do sector

16 nov, 2014

Miguel Macedo demitiu-se do Ministério da Administração Interna.

Reacções dos sindicatos do sector

A demissão do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, deixou a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) numa situação de "muito cepticismo" em relação ao futuro, disse à Lusa o presidente daquela estrutura.

"Apesar de compreendermos as razões que levaram à demissão do ministro, a verdade é que, no que nos diz respeito em concreto, deixa-nos numa situação extremamente difícil e de muito cepticismo", afirmou.

Paulo Rodrigues explicou que este é um momento "extremamente delicado" para os profissionais de polícia, porque estão "em discussão a alteração à Lei Orgânica da PSP e do Estatuto Profissional da PSP, bem como outros diplomas internos que teriam de entrar em vigor logo no início do próximo ano".

"Não sabemos agora como é que estes processos vão ficar, não sabemos se vão ter algum seguimento ou não, e deixa-nos numa situação de muito cepticismo em relação ao futuro próximo", disse.

A ASPP, segundo o seu presidente, já esperava que, "depois de uma matéria tão complicada que veio a público, a demissão fosse uma das soluções possíveis".

"Estávamos de alguma forma à espera que isto pudesse vir a acontecer", afirmou Paulo Rodrigues.

A Associação Sócio-Profissional Independente da Guarda (ASPIG) sentiu-se defraudada pelo ex-ministro Miguel Macedo por, enquanto titular da pasta da Administração Interna, não ter resolvido os problemas da GNR, refere aquela organização num comunicado.

A ASPIG sustenta que "ao invés, tudo se traduziu em expectativas, intencionalmente adiadas, permitindo, com isso, que as alterações ao Estatuto e Lei Orgânica da GNR, tantas vezes prometidas, se mantivessem, até hoje, "na 'gaveta'".

A associação lamenta ainda que a reativação da Brigada de Trânsito e da Brigada Fiscal da GNR, "tantas vezes anunciada", bem como a regulamentação do horário de trabalho de referência dos militares da GNR "não passaram de promessas para", acredita a ASPIG, "apaziguar a 'revolta' dos militares e garantir a permanência do ministro com pasta da Administração Interna".

Já a Associação dos Profissionais da Guarda (APG) viu "com bons olhos" a demissão do ministro da Administração Interna Miguel Macedo que, de acordo com o presidente daquela estrutura, "nunca nada fez, nem quis fazer" em relação aos problemas da GNR.

"Vemos com bons olhos [a demissão de Miguel Macedo], um ministro que nada fez, nem nunca quis fazer, em relação aos problemas da GNR", afirmou César Nogueira, em declarações à Lusa, salientando a "atitude sensata" do ex-responsável pela pasta da Administração Interna, "dadas as circunstâncias".

César Nogueira recordou que a APG, maior associação profissional da GNR, "há muito vinha a pedir a demissão [de Miguel Macedo], por outros motivos".

"Por uma questão de amuo o ministro não nos recebia, delegando a tarefa no secretário de Estado, mas recebia as associações mais pequenas", relatou.

César Nogueira insistiu que, "dos anseios dos profissionais", Miguel Macedo, "nada resolveu", recordando que o agora ex-ministro "nunca falou" nas duas grandes manifestações de polícias, que, para a APG "não lhe podiam passar ao lado".

"Esperemos que o próximo ministro venha com outra postura", rematou.