Pacheco Pereira considera que a dimensão assumida pela polémica dos contratos "swap" não permite que Joaquim Pais Jorge e Maria Luís Albuquerque continuem no Governo. É mais uma voz do universo social-democrata a pedir o afastamento do secretário de Estado do Tesouro e da ministra das Finanças.
"A partir do momento em que se criou uma situação em que quem esteve ligado aos 'swap' está mal, é evidente que nem o secretário de Estado nem a ministra das Finanças têm condições para se manterem no cargo. Caso contrário acontece uma permanente duplicidade, que degrada a imagem da política", diz à
Renascença Pacheco Pereira.
"Esta promiscuidade com o sistema financeiro é um problema muito preocupante dos governos de hoje. Há várias pessoas no Governo que não deviam lá estar pelo papel que tiveram no descalabro financeiro dos últimos anos, quer do lado do PSD, quer do lado do PS", considera ainda Pacheco Pereira.
Já este fim-de-semana, Marques Mendes e Marcelo Rebelo de Sousa consideraram insustentável a situação do actual secretário de Estado do Tesouro, acusado de ter tentado vender ao Governo Sócrates contratos de alto risco - denominados "swap" - para ocultar o défice do Estado, numa altura em que Joaquim Pais Jorge era responsável do Citibank.
O novo secretário de Estado do Tesouro, Joaquim Pais Jorge, disse sexta-feira que não pode garantir se esteve ou não na apresentação de uma proposta de produtos financeiros (no caso "swaps") ao Governo de José Sócrates, numa reunião que decorreu em 2005.
Por sua vez, a ministra das Finanças é acusada pela oposição de ter prestado informações contraditórias ao Parlamento sobre o conhecimento que teria dos contratos "swap" quando entrou em funções no Governo.