19 fev, 2015
O presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, admite que a troika "pecou contra a dignidade" de portugueses, gregos e irlandeses.
A declaração de Juncker foi feita perante o Comité Económico e Social, em Bruxelas, com o antigo primeiro-ministro luxemburguês a apontar, ainda, a necessidade de aprender com as “lições do passado”, de modo a “não repetir os mesmos erros”.
“Pecámos contra a dignidade dos povos, sobretudo na Grécia, em Portugal e muitas vezes na Irlanda. Eu era presidente do Eurogrupo e pareço estúpido ao dizer isto, mas temos de tirar lições da História e não repetir os mesmos erros.”
O presidente da Comissão Europeu insiste na ideia de que falta à troika legitimidade democrática, apesar de considerar que as três instituições que a formam devem estar presentes na estrutura.
"Quando chegar o momento, tudo isto deve ser revisto", afirmou Juncker, sublinhando, contudo, que os países devem continuar a seguir o caminho da consolidação das finanças públicas, porque não devem hipotecar o futuro de outras gerações.
Jean-Claude Juncker escusou-se a comentar o impasse das negociações com a Grécia, apenas indicando que a situação foi discutida no colégio de comissários.
Teceu ainda críticas à anterior Comissão Europeia liderada por Durão Barroso, ao afirmar que "antes não se falava em absoluto" na Grécia porque se "confiava cegamente no que dizia a troika", formada pela Comissão, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu.