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Mais de metade dos aspirantes a advogados chumbam no exame da Ordem

09 abr, 2012

Nos Açores e na Madeira, chumbaram todos. Bastonário deixa críticas duras às universidades. "Não são exigentes", diz Marinho Pinto.

Mais de metade dos aspirantes a advogados chumbam no exame da Ordem
Mais de metade (59%) dos advogados estagiários chumbou no acesso à profissão. Dos 885 licenciados em Direito que concluíram os dois anos de formação da Ordem dos Advogados, apenas 367 conseguiram aproveitamento. Nas ilhas, ninguém passou.

“Isso é porque eles não estão devidamente preparados, porque as universidades, públicas e privadas, devo dizê-lo, não estão interessadas, na sua maioria, em formar bons licenciados. Não são exigentes, não reprovam - os que reprovassem mudariam de universidade para aquelas que não reprovam”, critica o bastonário Marinho Pinto, em declarações à Renascença.

Opinião diferente têm alguns presidentes dos conselhos distritais, para quem o problema não está nos candidatos ou no ensino mas no exame. Quem chumba, pode continuar a tentar, sublinha Marinho Pinto.

“A Ordem é obrigada a dar quantos estágios eles quiserem, portanto, podem-se inscrever quantas vezes quiserem para exame. O que eu digo é que aqueles que não tiverem uma boa licenciatura, aqueles que não souberem Direito, nunca farão um estágio para advocacia, assim como aqueles que não souberem Medicina nunca serão médicos na vida, nunca poderão passar nos exames do internato”, sustenta.

Os resultados do exame criado pelo actual bastonário são divulgados esta segunda-feira pelo “Correio da Manhã”.

Na Madeira, onde chumbaram os sete estagiários examinados (13 nos Açores), o presidente do conselho distrital, José Prada, diz que ainda não teve conhecimento oficial dos resultados.

“O que o Conselho Distrital da Madeira sabe é o que tem vindo veiculado pela comunicação social, aqui à Madeira ainda não chegaram os exames. Só depois podemos reunir com os estagiários para ver o que se passou. O que podemos adiantar é que os formadores foram os mesmos, o exame foi a nível nacional e, por isso, não sabemos o que se passou”, afirma à Renascença, que tentou também ouvir o conselho distrital dos Açores, mas até agora sem sucesso.