11 jul, 2014
A transparência é um valor que todos têm que praticar, defende o governador do Banco de Portugal, numa alusão à situação no Grupo Espírito Santo (GES).
“A grande lição que temos que tirar destes acontecimentos é que a transparência é um valor que todos têm que praticar e que cada um de nós tem que exigir dos outros, porque a falta de transparência de uns condiciona a percepção de transparência de outros”, declarou Carlos Costa, esta quinta-feira à noite, durante um debate, no Porto.
O governador respondia a uma pergunta sobre as consequências da crise no GES para o sistema bancário e económico português.
Carlos Costa deixou uma garantia: “O que neste momento nós temos que assegurar, e julgo que a esta hora já estará assegurado, é que há absoluta transparência e absoluto esclarecimento das dúvidas”.
A transparência do sector da banca é decisiva para a imagem externa da economia, porque “o mercado vive mal com a incerteza”, salientou.
O que significa, prosseguiu, que “a economia portuguesa, os agentes económicos, políticos e empresariais têm que perceber, daqui para a frente, que estando no mercado de capitais têm que ser muito transparentes”.
“Quanto mais transparentes forem acerca da situação e do seu comportamento, mais previsíveis e credíveis se tornam, mesmo que a situação seja mais difícil”, afirmou o governador do Banco de Portugal.
O supervisor , numa nota enviada esta quinta-feira à Renascença, já tinha garantido que a situação do Banco Espírito Santo (BES) é sólida.
Numa tentativa para tranquilizar os mercados e os clientes, após um dia de fortes perdas na bolsa, o BES revelou ter uma folga financeira de 2,1 mil milhões de euros acima do rácio mínimo regulamentar para fazer face a eventuais perdas resultantes da exposição ao GES. A posição foi manifestada, esta quinta-feira à noite, num comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).