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Soares dos Santos arrasa CIP e pede alteração da lei da greve

18 mar, 2014 • Raquel Abecasis

"A nossa lei da greve é uma lei antiquada, imposta pelo Conselho da Revolução", diz o "senhor Pingo Doce" à Renascença. Para Alexandre Soares dos Santos, a CIP "não representa minimamente" os empresários e o salário mínimo deve subir.

Soares dos Santos arrasa CIP e pede alteração da lei da greve
"A nossa lei da greve é uma lei antiquada, imposta pelo Conselho da Revolução", diz o "senhor Pingo Doce" à Renascença. Para Alexandre Soares dos Santos, a CIP "não representa minimamente" os empresários e o salário mínimo deve subir.

Alexandre Soares dos Santos, antigo líder do grupo Jerónimo Martins, diz ser urgente, num cenário pós-troika, uma alteração na Constituição que mude a lei da greve.

"A nossa lei da greve é uma lei antiquada, imposta pelo Conselho da Revolução. A greve é fundamental, as pessoas devem ter direito à greve, mas não é por dá cá aquela palha", diz à Renascença Soares dos Santos, que abandonou nos últimos meses a liderança do grupo dono da cadeia de super e hipermercados Pingo Doce.

"As greves em Portugal são só no sector público e particularmente no sector dos transportes, mas o português que trabalha no sector privado também está preocupado com a sua vida", reforça.

"CIP não representa minimamente"
Em entrevista ao programa "Terça à Noite" da Renascença, Soares dos Santos arrasa a CIP - Confederação Empresarial de Portugal. A organização, acusa o presidente da Fundação Manuel dos Santos, está na concertação social de costas voltadas para os empresários.

"Eu não vejo porque é que esses senhores se sentam na concertação social, a CIP não representa minimamente, a CIP não fala connosco, a CIP não faz reuniões", afirma o "senhor Pingo Doce", que acusa ainda a confederação liderada por António Saraiva de não ter propostas, nem convocar os empresários para a "elaboração de um plano".

Salário mínimo deve aumentar
Nesta entrevista, Soares dos Santos defende ainda que o salário mínimo deve ser aumentado. Não acredita que "salários baixos possam contribuir para a melhoria da produtividade das empresas". "As empresas que dizem que não podem [pagar], muitas vezes não fazem investimentos para melhorar a sua produtividade", atira.

O empresário defende que se substituam os cortes nas pensões por um aumento do preço dos combustíveis ou do IVA nos produtos de luxo.