Governo vai cortar mais dinheiro aos pensionistas
11 set, 2012 • Matilde Torres Pereira com Raquel Abecasis
Memorando assinado com a "troika" refere que o Estado poupa mais de 400 milhões de euros com a medida. Pensionistas voltam a ser penalizados depois do corte dos dois subsídios.
O Governo anunciou esta terça-feira que vai ser aplicada uma "redução adicional às pensões, correspondente à redução aplicada aos funcionários públicos em 2011". Na prática, quem aufere pensões acima dos 1.500 euros brutos vai sofrer um corte entre 3,5% e 10%.
Ao que a
Renascença apurou, esta medida vai abranger os pensionistas do sector público e privado. A medida entra em vigor em 2013.
Ou seja, os pensionistas vão perder dois subsídios - férias e de Natal - e vão ainda ser penalizados por esta decisão. O corte é progressivo: quem tem pensões mais altas tem um corte percentual maior, quem tem pensões mais baixas tem perdas percentuais menores [pode consultar no fim do texto tabelas representativas dos cortes].
"Trata-se agora de aplicar uma medida já prevista no memorando de entendimento com a 'troika' desde o seu início", justificou o secretário de Estado do Orçamento, Luís Morais Sarmento, durante a conferência de apresentação da quinta avaliação da "troika", em Lisboa.
"Em 2011, os funcionários públicos tiverem uma redução nas pensões entre 3,5% e 10%. Essa medida estava para ser aplicada aos pensionistas em 2012", acrescentou o secretário de Estado.
Segundo o memorando assinado com a "troika", um dos objectivos inscritos é a redução de "pensões acima de 1.500 euros, de acordo com as taxas progressivas aplicadas às remunerações do sector público a partir de Janeiro de 2011, com o objectivo de obter poupanças de, pelo menos, 445 milhões de euros".
Em baixo, pode ver a tabela dos cortes que foram aplicados à função pública em 2011:
[artigo actualizado às 19h45, com a tabela dos cortes aplicados à função pública]