A PSP deu parecer negativo à festa do Benfica do domingo no Marquês do Pombal, em Lisboa, disse fonte da polícia à
Renascença.
A Polícia de Segurança Pública não queria que a festa na praça do Marquês de Pombal, que acabou com confrontos entre PSP e adeptos, decorresse da forma como foi organizada. Preferia o modelo que o Benfica e a autarquia usaram no ano passado, mais para o interior do Parque Eduardo VII.
A
Renascença sabe que ao ser confrontada com a proposta apresentada pela Câmara de Lisboa, a polícia levantou sérias reservas, acabando, contudo, por prevalecer a decisão da autarquia, tomada em conjunto com o clube da Luz.
Nas quatro reuniões realizadas nas últimas duas semanas e meia, a PSP mostrou-se sempre muito preocupada com a segurança da festa do título.
Em causa estava, sobretudo, a possibilidade de serem vendidas bebidas em garrafas de vidro, mas também a localização do palco – desta vez, bem no centro da praça do Marquês de Pombal.
No primeiro caso, a PSP entendia que os riscos eram evidentes. Por essa razão, nas grandes festas populares e em festivais de música, por exemplo, a venda de bebidas em garrafas de vidro tem sido proibida.
Já sobre a colocação do palco no centro da praça criava, para a PSP, diversos problemas de planeamento operacional, nomeadamente na forma como teria que ser montado o perímetro de segurança ou como teria que decorrer uma intervenção.
Nas reuniões realizadas no Comando Metropolitano da PSP de Lisboa, nas Paços do Concelho e mesmo na praça do Marquês de Pombal (num encontro entre entidades que serviu para o reconhecimento do local), a PSP disse sempre que preferia o modelo que o Benfica e a autarquia usaram no ano passado.
A polícia ainda propôs várias alternativas, mas acabou por vingar a proposta inicial.
Agressão em Guimarães passou em écrans gigantes
A mesma fonte da PSP que revelou estes pormenores à
Renascença deixa ainda dois reparos à organização, já durante os festejos de domingo à noite.
Por um lado, o facto de o animador nunca ter lido na instalação sonora os conselhos de segurança que tinham sido previamente combinados com a polícia. Por outro, o facto de terem sido passadas várias vezes nos écrans gigantes as imagens de Guimarães, em que um polícia
agride um adepto à frente dos filhos.
Questionado sobre o parecer negativo da PSP, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, desvaloriza a questão e garante que "
todas as recomendações foram seguidas".
Já a direcção do Benfica optou por não fazer comentários.
A acção da PSP em Lisboa está a ser investigada pela Inspecção-Geral da Administração Interna. A festa acabou com a polícia a carregar sobre algumas centenas de pessoas que apedrejavam o palco e a própria policia.
Para além deste caso, a ministra da Administração Interna mandou investigar também a acção global da PSP em Guimarães.
[notícia actualizada às 20h16 - com declarações do autarca de Lisboa]