Privatização da TAP “é necessária e é bom que vá para a frente”

No dia em que acaba o prazo para a entrega de propostas para a compra da TAP, o economista Luís Campos e Cunha vem defender a privatização da empresa e acusar os pilotos de prejudicarem o turismo.

Em entrevista à Renascença, o antigo ministro das Finanças considera que a privatização da companhia aérea portuguesa “já podia ter sido. A única questão que é importante salvaguardar são alguns aspectos, alguns serviços estratégicos que a TAP presta ao país”.

Nos últimos dias, tem-se falado de um possível desinteresse de potenciais investidores. Será por responsabilidade das greves? Ou também por erros de gestão ao longo dos últimos anos?
Bom, esta administração já está lá há mais de 10 anos. Teve tempo para fazer aquilo que devia. A verdade é que a TAP está numa situação económica e financeira dificílima e, portanto, nesse aspecto eu não daria uma nota muito positiva. Além disso, não se percebeu muito bem a compra da Portugália nem a compra do serviço de manutenção do Brasil.

Ou seja, as greves não explicam tudo
As greves não explicam tudo certamente. Esta greve [dos pilotos], ainda por cima por dez dias, é apenas um sintoma muito grave daquilo que os pilotos são capazes de fazer para conseguir objectivos estritamente egoístas e estritamente políticos, se quisermos.
É preciso ver que uma das razões por que muitos defendem que a TAP deve estar em mãos do Estado é porque é crucial para o turismo português. Ora bem, os pilotos estão a prejudicar o turismo português.

Quanto à gestão, já disse que não dá nota positiva, mas a TAP tem uma tutela e houve sucessivos governos nestes mais de 10 anos
Não segui a vida da TAP ao pormenor. Eu estou a falar mais como utilizador da TAP e como pagador de impostos.

Mas o seu dinheiro foi bem aplicado na TAP?
Considero que o meu dinheiro foi mal aplicado e por isso é que acho que a privatização é necessária e é bom que vá para a frente.