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Greve de autocarros em Lisboa

14 mai, 2015

Sindicato fala em 80% de adesão. Serviços mínimos obrigam à circulação de 50% de 11 carreiras e está garantido o serviço de transporte exclusivo para pessoas com mobilidade reduzida.

Greve de autocarros em Lisboa

Decorre esta quinta-feira a greve de 24 horas dos trabalhadores da rodoviária de Lisboa Carris. Protestam contra a subconcessão da transportadora.

“A greve está a decorrer com uma grande firmeza da parte dos trabalhadores. Estamos com uma adesão superior a 80%. Temos a perspectiva de que este número aumente durante o dia”, afirma o sindicalista Manuel Leal, da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (FECTRANS), em declarações à agência Lusa.

Os números referem-se ao período entre as 3h00, hora em que começou a paralisação, e as 7h30.

A Carris, por seu lado, adianta que teve a circular, entre as 22h00 de quarta-feira e as 6h30, 151 dos 491 autocarros programados, ou seja, 31% da oferta. “Os serviços mínimos decretados pelo tribunal arbitral estão a ser integralmente cumpridos”, adianta a porta-voz da empresa, Isa Lopes.

Os serviços dos ascensores e o elevador de Santa Justa foram cumpridos a 100% em relação ao que estava programado, adianta.

Além da greve, está marcada uma marcha de protesto, a partir das 7h30, entre a estação de Santo Amaro, em Alcântara, e a Assembleia da República, onde pretendem “entregar a análise do caderno de encargos de subconcessão aos grupos parlamentares e à presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves.

Em Santo Amaro, o clima é de contestação. “Estamos indignados. O conselho de administração da Carris está a impedir os trabalhadores que não trabalham aqui em Santo Amaro de entrar nas instalações, tendo reforçado o aparato de segurança”, conta Manuel Leal.

Foi ainda marcado um debate no cinema São Jorge, às 10h00, para analisar o caderno de encargos e o impacto da subconcessão para a empresa e os trabalhadores, com a participação de investigadores.

A greve foi inicialmente marcada por ser na quinta-feira o prazo previsto para o fim dos concursos públicos de subconcessão da Carris e do Metro, mas os concursos foram prolongados para data indeterminada devido ao número de questões colocadas pelos interessados.

Serviços mínimos
O tribunal arbitral decretou como serviços mínimos o funcionamento de 50% de 11 carreiras, tendo em conta linhas que desempenham “um papel essencial no acesso das pessoas à rede hospitalar pública e, consequentemente, a necessidade de protecção do direito à saúde, constitucionalmente consagrado”.

Em funcionamento estão as carreiras 703 (Charneca do Lumiar - bairro de Santa Cruz), a 708 (Parque das Nações - Martim Moniz), a 735 (Cais do Sodré - Hospital de Santa Maria), a 736 (Cais do Sodré - Odivelas) e a 738 (Quinta Barros - Alto de Sto. Amaro).

Também é considerado como serviço mínimo o funcionamento de 50% das carreiras 742 (Casalinho da Ajuda - Bairro da Madre de Deus), 751 (Linda-a-Velha - Estação de Campolide), 755 (Poço do Bispo - Sete Rios), 758 (Cais do Sodré - Portas de Benfica), 760 (Cemitério da Ajuda - Gomes Freire) e 767 (Mártires da Pátria - Estação da Damaia).

Em total funcionamento estará o serviço de transporte exclusivo de pessoas com mobilidade reduzida.


[Notícia actualizada às 9h10, com os números da Carris sobre os autocarros a circular]