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Governo garante que não haverá despedimentos na Metro e na Caris

12 mai, 2015

Declarações do secretário de Estado dos Transportes à Renascença. Sindicatos não acreditam: falam em "despedimento encapotado".

Governo garante que não haverá despedimentos na Metro e na Caris
Os serviços de transporte do Metro e da Carris vão ser  geridos por operadores privados, mas o processo de subconcessão é fortemente criticado pelos sindicatos do sector, que acusam o Governo de querer fazer um despedimento encapotado e de não contar toda a verdade.

As leituras do caderno de encargos feitas pelo Executivo e pelos sindicatos são muito diferentes. No que toca ao destino dos trabalhadores, por exemplo, não há sintonia.

O secretário de Estado dos Transportes, Sérgio Monteiro, garantiu à Renascença que não haverá despedimentos e que os 600 trabalhadores que não passam para o privado vão manter-se a trabalhar para o Estado em várias actividades.

"Há um conjunto de actividades destas empresas que não são transferidas para a subconcessão. Dou o exemplo da gestão dos eléctricos e também os ascensores, os elevadores, não transferidos para a subconcessão, e que continuarão a ser operados pelas empresas. Daí é preciso que as empresas mantenham quadros técnicos qualificados para fazer essa mesma prestação de serviços", explicou o governante.

Alem dos eléctricos e dos elevadores, também os trabalhadores  da gestão dos contratos vão, segundo o Governo, manter-se a trabalhar para o Estado, numa medida contestada pela Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

Anabela Carvalheira, da Fectrans, refere que o Estado não quer assumir um despedimento colectivo: a verdade é bem diferente do que a tese do Governo, garante. O Estado está apenas a transferir para os privados aquilo que dá lucro, acusa.

"Nós só podemos comparar aquilo que é comparável. O Estado, que nesta altura tem a parte operacional, a parte administrativa e a parte de manutenção, está a oferecer ao privado apenas a parte operacional, ou seja, a única que está provado dar lucro", critica.

O Governo diz que vai poupar 170 milhões por ano, mas os sindicatos não encontram no caderno de encargos provas dessa poupança.