A Grécia e os ministros das Finanças da zona euro chegaram a acordo esta sexta-feira para prolongar o empréstimo à Grécia por quatro meses.
De acordo com o canal grego Skai TV, para além da Alemanha, os dois países mais complicados de convencer terão sido Portugal e Espanha. O canal diz mesmo que os países ibéricos tentaram bloquear um eventual acordo.
Em conferência de imprensa, questionado por um jornalista espanhol sobre esta suposta resistência ibérica, o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, afirmou que o acordo foi "total". "Tivemos uma discussão sobre os procedimentos", mas "foi tudo clarificado", disse apenas.
O acordo prevê o prolongamento do empréstimo europeu à Grécia por quatro meses, em vez dos seis que tinham sido propostos por Atenas numa carta enviada aos ministros das Finanças dos diferentes países da Zona Euro.
A Grécia vai apresentar uma primeira lista de reformas até segunda-feira. As instituições europeias irão analisar essas propostas e será fechada a lista no fim de Abril.
Segundo o Eurogrupo, o Governo grego reiterou o seu compromisso em honrar na totalidade as suas obrigações financeiras com todos os credores.
Este acordo agora alcançado evita que a Grécia possa ficar sem dinheiro já no próximo mês e eventualmente sair da Zona Euro. O entendimento dá ao novo Governo grego liderado pelo Syriza algum do tempo pedido para trabalhar.
O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis,
disse, em conferência de imprensa, que foram evitadas "medidas recessivas".
Falta "muito trabalho"
O comissário europeu dos Assuntos Económicos afirmou que o acordo alcançado com Atenas é do interesse da Grécia e da zona euro, mas alertou que ainda é preciso "muito trabalho" para fechar as políticas de reforma.
"Este acordo é do interesse não só da Grécia e dos cidadãos gregos, mas também é do interesse da zona euro e dos cidadãos dos países do euro", disse em Bruxelas Pierre Moscovici, após a reunião do Eurogrupo onde os ministros das Finanças da zona euro decidiram prolongar o programa de Atenas.
O comissário europeu disse, no entanto, que é preciso "trabalhar muito para acordar as políticas de reforma que vão ser a base para a avaliação" dos esforços gregos, acrescentando que, se a Europa e a Grécia "finalizarem tudo na segunda-feira, vão começar os procedimentos para a aprovação do acordo".
Pierre Moscovici adiantou que falta ainda "incluir medidas para garantir finanças públicas sólidas" e medidas para "reforçar a competitividade da economia", bem como políticas para "garantir que a administração fiscal da Grécia é mais eficaz".
Sublinhando que é preciso "combater a fraude e a evasão fiscal a todos os níveis", o comissário europeu disse mesmo que "é compreensível que os cidadãos europeus exijam medidas nesta frente".
"Não vai ser fácil, mas acredito que mostrámos esta noite e nos últimos dias que conseguimos chegar a um compromisso comum", afirmou Pierre Moscovici.
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