“O Céu visto da Terra” é a exposição de astrofotografia de Miguel Claro que o Planetário Calouste Gulbenkian – Centro Ciência Viva, em Lisboa, mostra a partir desta terça-feira.
“Esta exposição foi produzida a partir do privilegiado palco espacial, o planeta Terra, em que todos nós habitamos e participamos activamente” explica à
Renascença o autor.
Nesta “janela aberta que é o Universo e numa união entre o céu e a terra”, constata Miguel Claro, “existe uma simbiose perfeita em que através da expressão fotográfica, beleza, ciência e arte caminham de mãos juntas, com a finalidade de trazer as maravilhas do firmamento ao grande público em geral”.
Inicialmente concebida e produzida pelo Centro de Astrofísica da Universidade do Porto e Planetário do Porto em 2014 e cedida para esta edição de 2015, o astrofotógrafo propôs-se refrescá-la com a inclusão de uma série de novas imagens captadas recentemente num dos melhores céus da Europa, como é o céu da Reserva Dark Sky Alqueva, no Alentejo, mas também tendo patente imagens dos céus da Madeira e dos Açores.
O objectivo é que estejam representados os céus do Portugal em cenários diferentes que vão de “ambientes citadinos, de paisagem, ao luar com e sem poluição luminosa e na presença da esmagadora e imponente presença da Via Láctea”, explica.
Que pode o visitante esperar desta viagem? “Vai certamente mergulhar e deixar-se guiar por entre imagens que retratam desde fenómenos celestes e atmosféricos como o 'Airglow' e a Luz Zodiacal, à esmagadora e imponente presença da nossa galáxia, a Via Láctea, que repleta de enxames de estrelas, nebulosas de emissão, gases e poeira estelar, faz ressaltar o imaginário de sonho de qualquer um”, revela Miguel Claro.
Mas há muito mais para se deixar encantar. Uma “Super Lua Cheia” refere, que se torna bem visível quando atinge o perigeu, ponto orbital mais próximo da Terra.
E se ainda não está convencido, o fotógrafo que vive a olhar o céu não se esquece da importância de manter os pés na terra. “É possível, também, observar o património arquitectónico e histórico presente na paisagem terrestre e sob a imponente espada de um cavaleiro nobre, que desfrutará de um alinhamento planetário de cortar a respiração”.
Para que ninguém fique sem ar, mas simplesmente deslumbrado, Miguel Claro lembra ainda como “o movimento da esfera celeste em torno da Estrela Polar, permite igualmente registos que traduzem na “escrita da luz” o caminho das estrelas ao longo da noite”.
São registos “captados nalguns dos melhores céus do mundo, como o da reserva portuguesa Dark Sky Alqueva ou do Observatório de Roque de Los Muchachos, nas Canárias, lar que sustenta o telescópio de raios gama MAGIC. Aqui, o céu atinge níveis de escuridão tão profunda, que remonta à percepção visual a que só os nossos ancestrais tiveram acesso num passado remoto, longe da poluição luminosa que se avista hoje nos grande centros urbanos”.
Com entrada gratuita,
esta exposição vai contar com 28 fotografias de grande formato, cinco delas inéditas e duas panorâmicas gigantes.
Miguel Claro é o astrofotógrafo oficial do
Dark Sky Alqueva, autor e orador, especializado na fotografia de "paisagens astronómicas".