Pelo menos 12 pessoas morreram e 20 ficaram feridas num tiroteio registado na sede do jornal satírico "Charlie Hebdo", em Paris, avança a polícia. O ataque aconteceu pelas 11h30 locais.
Entre as vítimas mortais estão dois polícias e jornalistas e cartoonistas do semanário. Há cinco feridos entre a vida e a morte.
O Presidente francês deslocou-se ao local da tragédia. "
A França está em choque", declarou. Francois Hollande não tem dúvidas de que se trata de um atentado terrorista, que ainda não foi reivindicado.
O chefe de Estado anunciou um reforço da segurança noutros órgãos de comunicação social, em resultado do ataque desta quarta-feira ao final da manhã. As escolas foram encerradas, como medidas de precaução.
O atentado foi levado a cabo por dois homens encapuzados, que invadiram as instalações do semanário, perto da estação de Metro Richard-
Lenoir.
"Homens armados e encapuzados entraram no edifício com metralhadoras kalashnikovs", disse à agência Reuters uma testemunha, Benoit Bringer. Adiantou que passados alguns minutos ouviu tiros e viu os suspeitos a fugir.
De acordo com testemunhas citadas pelo jornal "Le Parisien", os autores do ataque gritaram a frase: "
Vingámos o profeta".
"Acto terrorista"Foi agendada para as 14h00 uma reunião do Governo no Palácio do Eliseu.
Os ministros do Interior, Bernard Cazeneuve, e o da Cultura, Fleur Pellerin, também já se deslocaram ao local da tragédia. "Estamos perante um acto terrorista", declarou o ministro do Interior aos jornalistas.
O antigo Presidente, Nicolas Sarkozy, já reagiu ao atentado e fala num atentado “selvagem” contra um dos princípios republicanos mais caros, a liberdade de expressão. “A nossa democracia está sob ataque, devemos defendê-la com firmeza absoluta e a resposta possível. Os culpados destes actos bárbaros devem ser castigados com a maior severidade”, afirmou.
Em declarações à SIC Notícias, o vereador da Câmara de Paris Hermano Sanches Ruivo disse que os motivos para o ataque ainda não são conhecidos e recordou as polémicas em que esteve envolvido o jornal satírico. A mais recente aconteceu na semana passada, quando o "Charlie Hebdo" publicou caricaturas sobre a morte do general Charles de Gaulle.
O jornal satírico foi ameaçado por radicais islâmicos por ter publicado, em 2011, caricaturas do profeta Maomé.
Um cartoon com o líder do EI A última partilha do jornal nas redes sociais é um cartoon onde pode ver-se o líder do autoproclamado Estado Islâmico Al-Baghdadi. Foi publicado pelas 10h12 (hora de Portugal continental)
no Facebook e também no Twitter. No cartoon pode ler-se "Já agora, os melhores votos". "E sobretudo, saúde".
O cartoon com Al-Baghdadi
O “Charlie Hebdo”
publicou também na última noite a capa da edição desta quarta-feira do jornal.
A capa da edição desta quarta-feira