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Quase metade dos portugueses não poupa para a reforma

28 nov, 2023 - 17:58 • Sandra Afonso , Diogo Camilo

Inquérito mostra que percentagem de portugueses que pensa na reforma é menor do que a média europeia. Sete em cada 10 admitem que vai precisar de poupanças adicionais para manter a qualidade de vida.

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Um estudo revela que 48% dos portugueses ainda não poupam para a reforma, um valor acima da média europeia, e que, devido à crise inflacionista, mais de metade adiou ou reduziu as poupanças.

O inquérito da Insurance Europe feito a 16 mil cidadãos de 15 países europeus e divulgado esta terça-feira, incluiu 1.056 portugueses.

Quase metade ainda não faz poupança para a velhice, acima da média europeia - que ficou nos 38%. Um em cada quatro (27%) opta por um plano pessoal, enquanto 22% têm um plano de poupança através da sua atividade profissional.

A crise inflacionista também prejudicou as intenções de aforro, mais de metade (57%) adiou ou reduziu contribuições para a reforma.

Tanto em Portugal como no conjunto dos países avaliados, os inquiridos esperam viver, em média, até aos 80 anos e reformarem-se com 60% do último salário.

Ainda assim, sete em cada 10 portugueses admite que vai precisar de poupanças adicionais, para manter a qualidade de vida na reforma, acima dos 57% de média.

São necessárias “condições para poupar” face a modelos económicos “medíocres”

À Renascença, o professor da faculdade de direito de Lisboa Luís Gonçalves Silva diz que há opções de poupança no país, mas a população não ganha o suficiente.

“Os portugueses já têm um conjunto de instrumentos de poupança. Outros, com alguma criatividade podem ser desenvolvidos, mas é necessário que os portugueses tenham condições para poupar”, considera.

Para o professor de direito, cabe ao governo pôr a economia a crescer, para que os trabalhadores possam garantir uma reforma melhor.

“Não há forma de gerar e aumentar rendimentos sem base no crescimento económico. Temos modelos económicos, em muitos casos, medíocres, e uma economia que pouco ou nada cresce”, critica.

Luís Gonçalves Silva refere ainda que, por muita criatividade que os portugueses tenham, “não é possível ter maior folga” para assegurar uma vida ao nível daquela que têm atualmente.

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  • Manuel
    01 mai, 2024 lisboa 11:31
    porque tem de haver penalizacoes na reforma antecipada enquanto os portugueses estao viver numa situaçao de probeza doencas devido a trabalhos esforçados. ate os jovens estao com problemas de .saude .enfartes avc nao entendo como governo nao interfere nestas situaçoes porque as empresas estao escravizar os trabalhadores. por exemplo um trabalhador que tenha 58 59 anos algumas empresas para eles ja sao descartaveis andao com eles a fazer pressao para eles virem embora das empresas. quando saiem das empresas vem todos com problemas de saude. depois o que fazem se nao podem trabalhar.problemas coluna articulaçoes artroses assim por adiante.

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