Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Medicamento inovador para fibrose quística alargado a crianças dos 6 aos 11 anos

28 jul, 2023 - 15:13 • Lusa

Até agora, o uso do medicamento estava autorizado apenas em pessoas com idade igual ou superior a 12 anos.

A+ / A-

O Infarmed alargou a crianças entre 6 e 11 anos o uso dos medicamentos Kaftrio e Kalydeco para tratamento da fibrose quística no Serviço Nacional de Saúde, informou a Autoridade do Medicamento e Produtos de Saúde.

Segundo o Infarmed, foi aprovado o financiamento público para uso, em associação, de ambos os medicamentos nos casos de crianças entre os 6 e os 11 anos "que têm pelo menos uma mutação F508del no gene regulador da condutância transmembranar da fibrose quística (CFTR)".

A Autoridade do Medicamento diz ainda que o Kaftrio só deve ser prescrito por profissionais de saúde com experiência no tratamento da fibrose quística e acrescenta que, se o genótipo do doente for desconhecido, "deverá efetuar-se um método de genotipagem exato e validado para confirmar a presença de pelo menos uma mutação F508del".

A fibrose quística é uma doença genética rara, que afeta cerca de 400 pessoas em Portugal. Provoca deterioração da função pulmonar, infeções broncopulmonares e desnutrição, que, eventualmente, levam à morte do doente.

Em março de 2021, na sequência da história da jovem Constança Bradell, que expôs nas redes sociais a sua luta contra a doença e se queixou da demora na aprovação do Kaftrio em Portugal, o Infarmed esclareceu que o acesso àquele medicamento inovador já era possível desde novembro de 2020 através de Autorização de Utilização Especial (AUE), submetida por um hospital do Serviço Nacional de Saúde.

A jovem acabou por morrer em julho de 2021, aos 24 anos.

Mais tarde, em dezembro de 2021, dezenas de doentes com fibrose quística reiteraram o apelo ao Infarmed para uma maior celeridade no acesso a este medicamento - que na altura já tinha sido aprovado pela Agência Europeia do Medicamento e pela Comissão Europeia.

Já em março de 2022, a Autoridade do Medicamento e Produtos de Saúde alargou o uso a um maior número de doentes e, na ocasião, estimava um aumento de 140 para cerca de 215 dos doentes elegíveis para esta terapêutica.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+