10 fev, 2023 - 12:51 • Joana Azevedo Viana , Rosário Silva , Diogo Camilo
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa anunciou, esta sexta-feira, em conferência de imprensa, que o custo do altar-palco da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), situado no Parque Tejo, vai passar de 4,2 para 2,9 milhões de euros.
A estrutura foi reduzida de nove para quatro metros de altura. Na prática, trata-se de uma redução de cerca de 30% no preço do altar-palco onde o Papa Francisco fará a missa de encerramento do evento.
Já o altar que será erguido no Parque Eduardo XVII vai custar até 450 mil euros, integralmente financiados pela Fundação JMJ 2023, presidida pelo bispo auxiliar de Lisboa. Na mesma conferência de imprensa, Américo Aguiar adiantou que "estamos quase a chegar aos 500 mil inscritos" na JMJ.
O investimento total deverá atingir os 35 milhões de euros, mas “até 25 milhões de euros ficarão na cidade", no que Carlos Moedas classifica como "um investimento líquido de dez milhões de euros”.
"Foram dias de trabalho árduo e contínuo, mas conseguimos", declarou o autarca da capital aos jornalistas, em referência à série de reuniões entre os envolvidos na organização da Jornada para reduzir os custos do evento religioso, que terá lugar em Lisboa na primeira semana de agosto.
Os custos com a JMJ Lisboa têm estado envoltos em polémica, depois de ter sido noticiado que a construção do altar-palco no principal espaço do evento, o Parque Tejo, foi adjudicada pelo município de Lisboa, por ajuste direto, à Mota-Engil por 4,24 milhões de euros (mais IVA), somando-se a esse valor 1,06 milhões de euros para as fundações indiretas da cobertura.
Nos Paços do Concelho, Moedas indicou esta sexta-feira que, depois de revisto o caderno de encargos do altar-palco que será instalado no Parque Tejo-Trancão (e que permanecerá depois do evento), a infraestrutura vai passar de 5 mil metros quadrados para 3.250, enquanto a sua capacidade foi alterada de 2 mil para 1.240 pessoas e a altura foi reduzida de nove para quatro metros.
O Parque Eduardo VII, onde irá decorrer a missa de abertura, o acolhimento ao Papa e a Via-Sacra, terá outro palco, que será retirado no final da Jornada. Este palco tinha um custo previsto de até dois milhões de euros, mas deverá agora fixar-se em menos de meio milhão de euros pagos pela Igreja. Segundo Moedas, será uma “estrutura muito leve” cujo custo “poderá ascender aos 450 mil euros”.
Américo Aguiar, presidente da fundação da JMJ, à semelhança do que já tinha feito, voltou hoje a agradecer "todo o escrutínio que foi feito" por parte dos órgãos de comunicação social, lembrando que perante uma organização inédita em Portugal, todos “estamos a aprender”.
"É óbvio que nenhum de nós alguma vez preparou uma coisa destas e nós estamos a aprender”, afirmou, acrescentando que “os portugueses podem por vezes ficar surpreendidos com as dimensões das coisas, mas nós estamos a falar de um evento que é esmagador”.
Para dar uma dimensão do acontecimento, D. Américo disse estar-se a “a falar de um espaço que é equivalente a 100 campos de futebol, estamos a falar de quilómetros, de milhões pessoas e de logísticas alguma vez preparadas no nosso país. A cidade de Lisboa, durante uma semana, vai ter um suplemento de 10% da população portuguesa a mais”.
O bispo que diz querer fazer tudo “by the book” e ressalva ainda que “estamos a navegar e estamos a fazer o mapa porque não o temos. Nem o GPS ajuda neste caso, e por isso estamos a aprender e queremos aprender e fazer bem”.
Por outro lado, “não querendo lembrar o diabo", o presidente da Fundação da JMJ admitiu que os “últimos dias foram infernais" e pediu aos portugueses "que confiem, que acreditem e àqueles a quem eu puder pedir isto, que rezem para que tudo corra da melhor maneira".
[atualizado às 14h]