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Sanções à Rússia são “leves”. Mercados estão mais preocupados com agudizar do conflito

23 fev, 2022 - 18:22 • Sandra Afonso , Rosário Silva

O Presidente russo reconheceu a independência de duas repúblicas separatistas na Ucrânia oriental. O Ocidente anunciou sanções e os mercados aguardam desenvolvimentos.

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Depois do Presidente russo, Vladimir Putin, ter reconhecido a independência das repúblicas de Donetsk e Luhansk, os investidores estão ainda mais atentos ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia, mas as sanções, até agora, impostas pelo Ocidente são consideradas brandas e não emitem qualquer sinal de alarme, dado que ficaram de fora os bancos russos.

“Estas sanções que estamos a ver neste momento são, francamente, leves, apesar de serem inúmeras”, refere Henrique Tomé, da corretora internacional XTB.

“Acho que o mercado não está tão preocupado com as notícias sobre estas negociações, mas sim, sobre eventuais consequências diretas”, prossegue o analista de mercados, em declarações à Renascença, como o poder “acontecer um conflito armado ou se a Europa ou os Estados Unidos, por exemplo, avançarem com sanções mais pesadas”.

Henrique Tomé lembra ainda que a Europa está muito dependente da Rússia em termos energéticos, sobretudo devido ao gás natural, mas também pode ter dificuldades a outros níveis, como é o caso do abastecimento de cereais.

“Só para termos uma noção, a Rússia e a Ucrânia, em conjunto, representam 30% da exportação de cereais à escala mundial. Portanto, há quem diga até que a Ucrânia é o celeiro da Europa e, de facto, se o conflito se agravar e acontecerem sanções, pode haver aqui um problema a nível de fornecimentos”, esclarece.

Situação que, a acontecer, vai acabar por “refletir-se no aumento do preço das matérias-primas”, que “certamente” chegarão também a Portugal.

Para já os índices bolsistas europeus recuperaram nos últimos dias, apesar de continuarem sob pressão.

“O índice alemão chegou esta semana a bater novos mínimos este ano e o índice russo no acumulado deste ano já desvalorizou mais de 20%”, sublinha, Henrique Tomé.

“Claramente, há aqui uma reação por parte dos mercados áquilo que está a acontecer no Leste da Europa”, conclui o analista.

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