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De nomeado a eleitor nos Óscares. Bruno Caetano espera que Portugal consiga nova presença este ano

23 jan, 2024 - 07:20 • João Malheiro

O produtor português vota, esta ano, nas categorias de Melhor Longa-Metragem e Melhor Curta-Metragem no género de Animação, para além da categoria universal de Melhor Filme.

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No ano passado foi nomeado para os Óscares. Este ano, é um dos responsáveis por eleger os vencedores. Esta terça-feira ficam a conhecer-se os nomeados para os prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas e Bruno Caetano está a viver o outro lado da experiência.

Foi há, praticamente, um ano que a curta-metragem animada "Ice Merchants" foi nomeada para os Óscares, em conjunto com o realizador João Gonzalez. Foi a primeira vez que uma produção portuguesa marcou presença entre os nomeados da principal gala de Cinema norte-americano.

Na altura, ouviu-se mais um nome português durante o anúncio: Foi o de Bruno Caetano que produziu a curta-metragem e, à Renascença, recorda o dia "muito emotivo" em que fez história.

"Estivemos a ouvir os nomeados em direto. Foi uma surpresa muito grande quando ouvimos o nosso nome e o do filme. Foi mesmo um grande motivo para celebração", conta.

O produtor português confessa "que demoramos algumas horas a perceber até que ponto iam ser exigentes os próximos meses", realçando o "chorrilho imediato de chamadas" que receberam, logo a seguir ao anúncio.

Bruno Caetano esclarece que a Academia norte-americana contactou os nomeados algumas horas depois, via e-mail, mas, no que toca à logística da viagem até Los Angeles, "não trata de absolutamente nada".

"Eles enviam-nos as datas dos eventos onde somos convidados. Tudo o resto, é tratado do nosso lado. Contamos com o apoio das instituições portuguesas: o Estado, o ICA, a Câmara Municipal do Porto e a Câmara Municipal de Loures", refere.

"Ice Merchants" não ganhou o Óscar, mas foi uma "vitória" para o cinema português
"Ice Merchants" não ganhou o Óscar, mas foi uma "vitória" para o cinema português

Em junho, Bruno Caetano, em conjunto com João Gonzalez e Mónica Santos, foi convidado a integrar a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas, o que descreve como "uma honra e um prazer".

Com esse convite, vem uma nova responsabilidade: A de votar para os próximos Óscares.

Bruno Caetano explica, à Renascença, que pertence ao colégio da Animação que engloba mais de 900 membros, o que corresponde a quase 10% da Academia.

Por pertencer a este colégio, o produtor português só pode votar nas categorias de Melhor Longa-Metragem de Animação e Melhor Curta-Metragem de Animação, assim como na categoria de Melhor Filme - a única em que todos os membros são chamados a votar.

"Nós temos acesso a uma plataforma onde os filmes estão presentes. São cerca de 37 longas-metragens para e mais de 90 curtas-metragens. Confesso que vi muito mais do que isso", indica.

Como fã de Cinema, o trabalho de casa não pesa muito e Bruno Caetano conta que votar para os Óscares permitiu "ver algumas curtas que queria muito e que, infelizmente, ainda não me tinha cruzado com elas nos festivais".

Depois de, no ano passado, "Ice Merchants" ter feito história, esta terça-feira há a expectativa que uma nova produção portuguesa seja nomeada. "Um Caroço de Abacate", de Ary Zara, está na shortlist de 15 candidatos à categoria de Melhor Curta-Metragem em Imagem Real.

Destes 15, apenas cinco curtas-metragens é que serão selecionadas como finalistas ao prémio. Há, assim, uma possibilidade do Cinema português conseguir duas nomeações em dois anos consecutivos, o que para Bruno Caetano seria "muito importante".

"Já tive a oportunidade de ver o filme. É incrível. Estou a torcer pelo Ary Zara, que tenha todo o sucesso possível. Gostava de ver este filme a chegar mais além do que nós chegamos no ano passado", diz, desejando uma vitória portuguesa a 10 de março, dia da gala dos Óscares.

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