29 nov, 2023 - 15:56 • Redação
Esta quarta-feira, o Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa ficou com mais cor. Um mural do artista Bordalo II destaca-se numa das paredes exteriores do hospital.
Uma parceria fez nascer a obra de arte que simboliza a vida. A inspiração são "as personagens que coabitam" dentro do perímetro do IPO: "Há galos, galinhas e pintainhos no jardim e eu, por acaso, acho muito interessante, num espaço em que muitas vezes nem tudo é feliz, haver essas presenças animalescas", descreve Bordalo II à Renascença.
Eva Falcão, presidente do conselho de administração do IPO de Lisboa, diz que o nascimento de um pintainho, ali representado, permite refletir sobre "a renovação e esperança". Num lugar onde a doença, a morte e a vida se cruzam, o objetivo é "transmitir aos doentes e aos trabalhadores que é possível ter cor, é possível ter arte".
O hospital já tem outras obras de arte, mas para Eva Falcão esta traz mais "vivacidade e uma nota diferente".
Depois de inaugurado e já com poucos trabalhadores do IPO por perto, são agora outras pessoas que apreciam o trabalho de Bordalo II. Param, tiram fotografias e quem vai nos carros abranda para conseguir ter um vislumbre desta obra.
O artista que se mostra ativo socialmente, utilizando a arte para chamar a atenção para questões atuais, como a guerra Israel-Hamas, refere que para ele "é fundamental os artistas terem uma posição e terem alguma coisa a dizer".
"Acho que seria extremamente superficial e cobarde eu ver as coisas que acontecem à minha volta e estar calado, simplesmente fazer arte bonita para as pessoas verem", acrescenta.
O "lixo" é a única matéria-prima utilizada por Bordalo II, sendo também uma forma de alertar para a poluição e destruição do planeta.
Este mural marca os 100 anos do IPO, celebrado no próximo dia 29 de dezembro.