1948-2022

Teatro de luto. Morreu o encenador e ator Jorge Silva Melo

14 mar, 2022 - 23:31 • Redação

Encenador, ator, cineasta, dramaturgo, tradutor e crítico português morreu esta segunda-feira aos 73 anos.

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Morreu esta segunda-feira o ator, cineasta e encenador Jorge Silva Melo. Tinha 73 anos.

A notícia da sua morte foi revelada à Renascença pelo pianista Nuno Vieira de Almeida, amigo de longa data de Jorge Silva Melo, que também partilhou uma publicação na rede social Instagram.

Contactada pela Renascença, a Casa do Artista limitou-se a confirmar que o encenador se encontrava internado no Hospital dos Lusíadas.

O diretor de som Vasco Pimentel também recorreu ao Facebook para lamentar a morte de "um amigo".

"Estou muito longe, e estou a sentir um bocado de falta de ar. Não sei muito bem por onde começar a fazer o que quer que seja", escreveu.

Ator, autor, encenador e cineasta, para além de crítico e tradutor, Jorge Silva Melo, era o diretor da companhia Artistas Unidos, que fundou em 1995. Juntamente com Luís Miguel Cintra fundou, em 1972, a companhia Cornucópia, onde esteve até 1979.

Em maio do ano passado, ambos receberam o doutoramento honoris causa pela Universidade de Lisboa.

Jorge Silva Melo frequentou a licenciatura em Filologia Românica, na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde integrou o Grupo de Teatro de Letras.

Em 1969 partiu para o Reino Unido, onde obteve um diploma em Realização na London Film School.

É autor das peças de teatro Seis Rapazes Três Raparigas, António, Um Rapaz de Lisboa, O Fim ou Tende Misericórdia de Nós, Prometeu, Num País Onde Não Querem Defender os Meus Direitos, Eu Não Quero Viver, baseado em Kleist, de Não Sei (em colaboração com Miguel Borges) e O Navio dos Negros, e ainda do libreto de Le Château dês Carpathes, de Philippe Hersant, baseado em Júlio Verne.

Traduziu obras de Carlo Goldoni, Luigi Pirandello, Oscar Wilde, Bertolt Brecht, Georg Büchner, Lovecraft, Michelangelo Antonioni, Pier Paolo Pasolini, Heiner Müller e Harold Pinter.

A 25 de abril de 2004, foi agraciado com o grau de Comendador da Ordem da Liberdade.

Fonte da Casa do Artista disse à Renascença que o encenador estava internado no Hospital dos Lusíadas, em Lisboa.

A ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamentou ao início da madrugada desta terça-feira a morte do encenador, dramaturgo e cineasta Jorge Silva Melo, aos 73 anos, em Lisboa, sublinhando a dedicação de uma vida ao teatro e ao cinema.

"Serviu a liberdade, dedicou toda a sua energia ao teatro e ao cinema, viveu sempre sob o lema do amor e do respeito pelo outro”, lê-se na mensagem deixada pela ministra da Cultura na rede social Twitter.

Na mensagem, Graça Fonseca agradece o legado do autor, lembrando ainda: “Criou histórias, construiu espaços, ergueu atrizes e atores, e levantou companhias".

[notícia atualizada às 01h34 com a mensagem da ministra da Cultura]

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