São Bento à Sexta

​PSD admite fazer mais perguntas a Costa sobre banca. PS afasta tese da "cabala", mas critica "casos e casinhos" da oposição

25 nov, 2022 - 18:53 • Susana Madureira Martins

O líder parlamentar do PSD admite fazer mais perguntas que se não ficar satisfeito com as respostas do primeiro-ministro às questões que colocou sobre a gestão da banca. Joaquim Miranda Sarmento abre ainda a porta ao voto contra da proposta de comissão de inquérito que o Chega promete apresentar e mais tarde serem os social-democratas a apresentarem uma proposta de inquérito. "Todos os cenários estão em aberto", garante.

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Para já, são 12 perguntas, mas consoante as respostas que o primeiro-ministro prometeu dar, o PSD admite avançar com mais questões a António Costa sobre a gestão da banca. O líder parlamentar social-democrata diz à Renascença que vai avaliar as respostas e mantém em aberto a instalação da comissão parlamentar de inquérito.

"Não deixaremos, para já, de lado nenhuma figura regimental da qual dispomos, seja ela qual for", garante Miranda Sarmento. Fazer perguntas a Costa pareceu ao PSD a "mais adequada", mas "no limite" o grupo parlamentar admite "fazer mais algumas questões" se entender "que das respostas do senhor primeiro-ministro suscitam dúvidas para colocar uma segunda ronda de questões".

No programa da Renascença São Bento à Sexta, Miranda Sarmento foi questionado se admite votar contra a proposta de instalação de uma comissão de inquérito por parte do Chega para mais tarde ser o próprio PSD a apresentar a sua própria proposta e na resposta deu um passo em frente ao que tem sido dito pela direção nacional.

"Admito, todos os cenários estão neste momento em aberto, porque todas as hipóteses regimentais podem ser usadas", repetindo que começou "agora por esta figura regimental, há outras que também podem ser usadas", como a instalação de um inquérito que envolva diretamente o primeiro-ministro.

Uma coisa garante Miranda Sarmento. O PSD não se deixa "condicionar pelas decisões de outros partidos”, referindo-se ao partido liderado por André Ventura. E um PSD desconfortável por causa disso muito menos. "Se por cada vez que o Chega pede uma comissão de inquérito nos sentíssemos desconfortáveis todas as semanas".

Face às perguntas do PSD ao primeiro-ministro, o líder parlamentar do PS não vai no programa São Bento à Sexta tão longe como foi nas declarações que prestou esta quinta-feira aos jornalistas no Parlamento, em que falou de uma "nova frente de combate contra o PS", deixando implícita a tese de uma cabala.

Eurico Brilhante Dias diz que "não é uma cabala, se fosse uma cabala era muito mal feita porque ela é muito visível e nesse aspeto não usaria a palavra cabala". Para o dirigente socialista "é evidente" que a posição do PSD "é um prosseguir de uma agenda de casos e casinhos desta vez com péssimo resultado" para os social-democratas.

Fica o lamento de Brilhante Dias para "o continuar desta agenda de degradação contínua do ambiente político, agenda contínua de se furtarem às questões essenciais do país, uma agenda que procura, não construir uma alternativa, mas destruir a alternativa e neste caso quem está no Governo a governar". Fica ainda o desabafo: “é um péssimo sinal para o sistema político português".

Censos 2021. PSD quer "compromisso de regime" sobre demografia e PS abre a porta a entendimento

Perante os resultados do Censos 2021, divulgados esta semana e que dão conta de um progressivo envelhecimento da população, o líder parlamentar do PSD fala da necessidade de um "forte compromisso" entre os dois maiores partidos.

Joaquim Miranda Sarmento fala mesmo de "um compromisso de regime para este tema, porque qualquer decisão que seja tomada ela só terá efeitos no médio longo prazo. Vale para várias legislaturas".

Para o PSD a aposta para começar a resolver o problema da demografia, passa por políticas de incentivo à natalidade e imigração. O líder parlamentar social-democrata considera que "na imigração os resultados podem ser mais rápidos, no caso da natalidade os resultados são muito mais lentos".

É, por isso, "importante que os principais partidos, neste caso, sobretudo, o PSD e o PS, que são os partidos que alternam do ponto de vista de poder e Governo, estabelecessem um compromisso para políticas estruturais que olhassem para o fomento da natalidade e para uma maior atração da imigração".

Um entendimento a que o líder parlamentar do PS não fecha a porta. "Não me parece impossível, até porque me parece que o diagnóstico está feito", responde Eurico Brilhante Dias.

Para o dirigente socialista a solução passa por criar "boas condições para bons empregos com bons salários". Sendo "os subsídios importantes, a política fiscal muito relevante, os apoios à natalidade muito relevantes", a "grande questão é a qualidade do trabalho" que é gerado e o salário que pago por esse trabalho.

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