Papa na Vigília Pascal. “Não desistas! Deus é maior"

11 abr, 2020 - 21:21 • Aura Miguel

Em noite de vigília Pascal, o Papa invoca o “direito à esperança”. “A escuridão e a morte não têm a última palavra. Coragem! Com Deus, nada está perdido”, disse Francisco na homilia.

A+ / A-

Na celebração deste sábado à noite, sem fiéis e sem batismo de adultos, como habitualmente acontece na Vigília Pascal, Francisco comparou o medo e a amargura causados pelo sofrimento e morte de Cristo, com a tragédia inesperada e demasiado rápida dos dias de hoje.

O Papa lembrou que, apesar dos dias tristes, houve “mulheres que não se deixaram paralisar, não cederam à lamentação ou lamúria, nem fugiram da realidade.” Gente exemplar, disse Francisco porque “na escuridão do coração, acendem a misericórdia”. E o mesmo acontece nos dias de hoje: “Quantas pessoas, nos dias tristes que vivemos, fizeram e fazem como aquelas mulheres, semeando brotos de esperança com pequenos gestos de solicitude, de carinho, de oração!”

Em tempo de pandemia, Francisco falou de esperança: “Nesta noite, conquistamos um direito fundamental, que não nos será tirado: o direito à esperança. É uma esperança nova, viva, que vem de Deus. Não é mero otimismo, não é uma palmada nas costas nem um encorajamento de circunstância. É um dom do Céu, que não podíamos obter por nós mesmos”.

Ao referir-se à frase espalhada pelas varandas de Itália “Vai correr tudo bem”, Francisco mostra-se realista: “Repetimos (a frase) com tenacidade nestas semanas, agarrando-nos à beleza da nossa humanidade e fazendo subir do coração palavras de encorajamento. Mas, à medida que os dias passam e os medos crescem, até a esperança mais audaz pode desvanecer” E acrescenta: "A esperança de Jesus é diferente. Coloca no coração a certeza de que Deus sabe transformar tudo em bem, pois até do túmulo faz sair a vida.”

A partir da celebração da luz, símbolo da ressurreição de Cristo, o Papa reafirma que essa luz, que iluminou a obscuridade do sepulcro, "hoje quer alcançar os cantos mais escuros da vida”. E faz um pedido: "Minha irmã, meu irmão, ainda que no coração tenhas sepultado a esperança, não desistas! Deus é maior. A escuridão e a morte não têm a última palavra. Coragem! Com Deus, nada está perdido.”

No final da homilia, Francisco deixa um último apelo: “Façamos calar os gritos de morte: Basta de guerra! Pare a produção e o comércio das armas, porque é de pão que precisamos, não de metralhadoras. Cessem os abortos, que matam a vida inocente. Abram-se os corações daqueles que têm, para encher as mãos vazias de quem não dispõe do necessário”.

Tópicos
Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

Destaques V+